A situação da saúde em Bento Gonçalves vai se tornando caótica a cada dia que passa. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) está se tornando um depósito de pacientes que aguardam internação hospitalar. Diante da falta de leitos nos hospitais de Bento e região, as pessoas estão internadas na unidade de saúde. Em meio ao caos, a Prefeitura Municipal segue apenas monitorando a situação.
Pacientes enchem o Whatsapp do NB Notícias fazendo denúncia da situação que seus familiares estão enfrentando. Há cerca de 30 pacientes internados esperando um leito de hospital. Há pacientes oncológicos (com câncer), acamados, institucionalizados, com trombose esperando cirurgia vascular, e alguns no isolamento. Em alguns casos há pacientes internado há mais de 45 dias na UPA 24 Horas. Também há familiares tendo que dormir no chão para poder acompanhar os pacientes.
Confira relatos da situação feita por alguns familiares
É o casa da mãe de Beatriz Ferronato, dona Simone Ferronato. Ela compartilhou o caso de sua mãe, que há dois meses luta contra uma bactéria no pulmão. Simone precisa urgentemente de uma internação hospitalar para realizar uma drenagem pulmonar, mas até agora não há previsão para que ela consiga um leito. "Estamos desesperados. Minha mãe está sofrendo e não há resposta de quando ela poderá ser tratada adequadamente", disse Beatriz.
Outro relato comovente é o de Carla Schiminazzo, cuja mãe, Lurdes Schiminazzo Bielski, passou 12 dias na UPA com uma bactéria agressiva no pulmão antes de conseguir uma internação no Hospital São Pedro, em Garibaldi. A transferência só ocorreu após a reportagem do NB Notícias expor a situação na terça-feira, 18 de junho, e dela ter publicado fotos da mãe em suas redes sociais. "Foi um alívio conseguir a internação, mas sabemos que muitos outros ainda estão sofrendo na UPA", afirmou Carla.
Prefeitura de Bento Gonçalves diz que está monitorando a situação
Em meio a tudo o que está acontecendo, as providências do poder público são mínimas. A Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Bento Gonçalves informou que a Secretaria de Saúde está realizando o monitoramento diário dos pacientes, e conforme é realizada a liberação na regulação estadual, os pacientes são encaminhados. O poder público destaca que esta é uma situação que ocorre em diversos hospitais do estado. A secretaria também está em contato com a 5ªCoordenadoria de Saúde para realizar esse encaminhamento. É realizado trabalho em conjunto com o Hospital Tacchini para encaminhamento e atendimento das urgências.
Ações Judiciais e Superlotação
Desde a sexta-feira, 14 de junho, familiares de pelo menos oito pacientes recorreram à justiça para obter leitos hospitalares. Na UPA, dezenas de pessoas estão amontoadas na ala de internação e no primeiro andar, que possui alguns leitos, mas não o suficiente para atender a demanda crescente.
A qualidade da comida oferecida aos pacientes também tem sido alvo de críticas. "A comida é de baixa qualidade e, em muitos casos, as famílias precisam comprar esparadrapos para os curativos devido à falta de material básico", relatou um familiar. "As enfermeiras e técnicas de enfermagem fazem o que podem, mas estão sem os recursos necessários para atender adequadamente os pacientes", destacou outro familiar.
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