Lá neste lindo mundo puderam ser vistos os “colonos” e seus agregados. As famílias e seus herdeiros. A agricultura familiar e a indústria moveleira. As belas paisagens e as belas casas de pedra. Os horizontes sem fim e as colinas verdejantes.
Chamava-se Rio Grande do Sul... Este velho mundo (como era) você só vai encontrar nos livros... uma civilização que a chuva levou... O texto acima foi inspirado na introdução do filme E o Vento Levou... que retratou a mudança brutal que uma guerra causou e mudou para sempre o “velho sul”.
Ainda estamos lutando contra a força da natureza e correndo atrás do prejuízo, mas, nada melhor que um dia após o outro. As notícias nos trazem motivações e deixam claro o quanto nossa terra de fidalgos estava abandonada. Agora, na correria dos tempos, nos questionamos sobre o aeroporto regional de Caxias do Sul, como se estivéssemos descobertos a roda. Muito se falou sobre isso e nada foi feito ao longo dos anos. Equipamentos que tanto necessitávamos, não chegavam e agora a toque de caixa, surgem como a solução para manter o estado ativo. Nada melhor que um dia após o outro...
O novo olhar para o Rio Grande, será cheio de grandes expectativas. Os novos governantes não poderão jamais pensar em viver sob a imagem de seus antecessores. Terão de criar uma nova cartilha política, afim, de deixar nós, eleitores, plenos na manutenção da máquina estadual e com a segurança de que nenhuma catástrofe irá tirar nossas vidas, casas e futuros.
Não há como não pensar nas grandes mudanças que isso irá deixar. Pelo menos acreditamos nisso. No fundo, nem a pandemia ensinou muito! Triste reflexão. Mas o turismo é a garantia de embelezamento da vida. Com ele, nosso estado cheio de nuances retornará cada vez mais fértil em colheitas nas quatro estações.
Nosso inverno tão atrativo está sendo cheio de calor humano e nosso verão (já tão desejado) será cheio do frescor do renascimento de uma vida cultural e de esperança “no novo estado”. Sim, esperamos que um novo estado se erga e como na guerra entre o Norte e o Sul dos Estados Unidos da América, uma nova nação se fez e egos exagerados deram lugar ao trabalho árduo e ao novo comportamento social.
Nenhuma grande nação se faz sem uma grande guerra, já dizia o poeta. Nossa guerra contra a natureza ainda não foi vencida. Não somos um povo bélico. Somos um povo de trabalho. Ainda vamos discutir sobre estradas, aeroportos e novas estratégias. Muitas ideias surgirão e grandes homens cheios de justiça própria serão elevados aos redentores da vez. Tudo para garantir que nossa alma, agora afetada, seja reestabelecida do garbo que tanto orgulhou os gaúchos.
Cuidado, meus amigos, de mãos calejadas. Junto com o pós-guerra, surgem os aproveitadores. Surgem aqueles que tiram proveito da fragilidade humana e do descaso público com quem não foi selecionado. Pobres e ignorantes sofrem primeiro.
Os privilegiados em suas casas de telhas pintadas olham pelas suas janelas e garganteiam a evolução desde nossos primeiros vindos em 1875. Eles jamais fizeram ideia de que a terra prometida, quebrasse sua promessa um dia.
Mas, no meio da chuva ainda olhamos nossos vales e colinas “onde o vinho jorra em cascatas reais”. Onde as plantações de esperança, levam nomes muito elegantes. Alguns chamam-se Cabernet e outros Sauvignon Blanc. Outros aclamados como Merlot e carinhosamente chamados de Isabel.
Nossos parreirais serão eternos, desde que a mão humana, seja mantida como eterna fonte de inspiração. Inspiração às novas gerações que um dia irão saber sobre isso nos livros. Como uma civilização que a chuva modificou.
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