A Polícia Civil de Veranópolis está investigando a cuidadora acusada de torturar um idoso de 92 anos em uma clínica geriátrica na cidade. O delegado Thiago Baldin informou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (14), que a suspeita é ré primária, sem condenações criminais anteriores, mas já possui uma ocorrência registrada por lesão corporal contra uma pessoa idosa.
A cuidadora, que trabalha há aproximadamente um mês na clínica, foi presa em flagrante na terça-feira, 11 de junho, e liberada na quarta-feira, 12, após o Ministério Público solicitar e o Poder Judiciário conceder liberdade provisória. Segundo Baldin, o incidente ocorreu às 5h55min do dia 11 de junho, quando a cuidadora forçou o idoso a tomar um medicamento, resultando em lesões na boca e sangramento.
O delegado Baldin enfatizou que, apesar dos dados iniciais não serem suficientes para uma autuação por maus-tratos conforme o Estatuto do Idoso, o caso foi configurado como crime de tortura qualificada. “É um crime de tortura qualificado, o idoso está sob tutela e cautela da clínica geriátrica, mas naquele momento estava sob os cuidados daquelas cuidadoras específicas,” explicou Baldin. A outra cuidadora presente na cena não foi autuada, pois tomou as providências necessárias ao acionar o responsável técnico e, posteriormente, o proprietário da clínica e as forças de segurança.
Suspensão do PPCI e Aumento de Denúncias
Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que o Plano de Prevenção e Proteção de Combate a Incêndio (PPCI) da clínica está suspenso desde 2023, embora o alvará de funcionamento esteja legalizado. Após a repercussão do caso, o número de denúncias de maus-tratos contra idosos aumentou significativamente, informou o delegado. “Temos recebido muitos relatos de maus-tratos contra idosos, tanto no interior quanto em instituições de longa permanência ou em residências familiares,” disse Baldin.
O delegado destacou a importância de fornecer informações precisas ao fazer denúncias através do disque 100, do Ministério da Justiça, que garante o anonimato do denunciante. “Nós necessitamos de dados mais precisos porque não fazemos uma investigação ampla. Precisamos que a denúncia tenha informações concretas: nome, o que está acontecendo... A identidade do denunciante será preservada. São dados sensíveis e fundamentais para que possamos iniciar uma investigação criminal,” explicou Baldin.
O caso serve como um alerta para a importância da fiscalização rigorosa em instituições de longa permanência para idosos e a necessidade de proteção eficaz dos direitos dos idosos em nossa sociedade.
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