Um lamentável episódio de intolerância religiosa foi registrado na cidade de Farroupilha, na Serra Gaúcha, na semana passada. O terreiro de Umbanda Pai Joaquim de Angola e Ogum Sete Ondas, localizado no bairro Primeiro de Maio, foi alvo de apedrejamento durante uma sessão religiosa, enquanto os fiéis estavam presentes no local. Ninguém ficou ferido na ação e os vândalos não foram encontrados.
Pai Carlos de Ogum, responsável pelo terreiro, relatou que tanto o terreiro, quanto sua residência foram apedrejados. "Estávamos em meio a uma sessão quando começaram os ataques. É evidente que se trata de um ato de intolerância religiosa, que, segundo a legislação brasileira, é considerado crime", afirmou Pai Carlos.
Após o ocorrido, Pai Carlos registrou o caso na Delegacia de Polícia para que seja investigado e os responsáveis punidos conforme a lei. O templo possui câmeras de monitoramento que podem ser fundamentais para a identificação dos agressores. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado.
A intolerância religiosa é uma violação grave dos direitos humanos e é considerada crime no Brasil. De acordo com o artigo 208 do Código Penal Brasileiro, vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso é passível de pena de detenção de um mês a um ano, ou multa. Além disso, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso VI, assegura a liberdade de consciência e de crença, sendo inviolável a liberdade de culto.
Episódios como o ocorrido em Farroupilha destacam a necessidade urgente de combater a intolerância religiosa e promover o respeito à diversidade de crenças. As religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, são frequentemente alvos de preconceito e discriminação, refletindo um problema enraizado na sociedade brasileira.
A intolerância religiosa não apenas fere os direitos individuais dos praticantes dessas religiões, mas também ataca a herança cultural e histórica que essas tradições representam. O respeito à diversidade religiosa é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
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