A história real de nosso país nunca se fez tão necessária quanto nos dias atuais. Em tempos de FAKE NEWS, contar nossas verdades é fundamental, para que possamos definir o caminho mais correto e seguro entre o ontem e o hoje.
O Brasil possuiu uma ditadura militar, que limitou as verdadeiras informações sobre a história política do país. Aliás, desde o golpe que nos tornou República em 1889, estivemos fortemente preocupados em ocultar a história do único país Imperial das Américas e a deixar ocultos os grandes nomes que fortaleceram as nossas condutas e que deixaram legados imensuráveis em nossa sociedade até os dias de hoje.
Mas quem foi Dona Isabel? Vamos desvendar alguns fatos interessantes dessa mulher nascida em terras brasileiras e que recebeu o júbilo de ser conhecida na história como “A Redentora” e sua ligação com um pequeno vilarejo nos “confins” do Rio Grande do Sul.
Nascida em 1846 sob o nome de **Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon**, possui em seus nomes a de tradição familiar, Micaela, Gabriela e Rafaela que são homenagens aos três Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. Isabel e Cristina sendo dados em homenagem a sua avó materna e sua mãe, respectivamente. Através de seu pai ela pertencia ao ramo brasileiro da Casa de Bragança, sendo referida desde seu nascimento com o prefixo honorífico de "Dona” – feminino de Dom.
Foi a Princesa Imperial e herdeira presuntiva ao trono do Império do Brasil, que serviu como regente do Império em três ocasiões diferentes — numa delas, assinou a Lei Áurea, que declarou extinta a escravidão no Brasil. Era a filha mais velha do imperador D. Pedro II e da imperatriz D. Teresa Cristina, que após a morte de seus dois irmãos homens na infância, foi reconhecida como herdeira presuntiva de seu pai. Casou-se em 1864 com o príncipe francês Gastão de Orléans, Conde d'Eu, com quem teve três filhos: Pedro de Alcântara, Luiz e Antônio.
Isabel passou seus últimos trinta anos de vida vivendo calmamente na França. A saúde da princesa começou a deteriorar e em 1921 ela mal conseguia andar. Ainda em 1920 o governo republicano brasileiro do presidente Epitácio Pessoa suspendeu o banimento da família imperial, porém Isabel estava doente demais para viajar.] Isabel acabou falecendo aos 75 anos de idade em 14 de novembro de 1921, um dia antes do aniversário de 32 anos da república brasileira, sendo inicialmente enterrada no Mausoléu dos Orléans em Dreux, França. Gastão morreu no ano seguinte no Oceano Atlântico enquanto estava em viagem ao Brasil para as celebrações do centenário da independência, sendo enterrado junto da esposa. Os restos do casal foram repatriados para o Brasil em 1953 e reenterrados em 1971 na Catedral de São Pedro de Alcântara em Petrópolis RJ ao lado de D. Pedro II e de Teresa Cristina.
Dentre os mais diversos momentos históricos, nossa Princesa acabou dando seu nome para aquela que seria uma das mais importantes colônias da imigração e que em algumas décadas, se tornaria a Capital Brasileira do Vinho.
Já nossa Colônia Dona Isabel, tornou-se um dos maiores núcleos italianos estabelecidos no Rio Grande do Sul e desde que foram criadas a partir de 1870 com decretos e seus primeiros imigrantes chegando em 1875, possui o grande objetivo de povoar os campos de cima da serra.
Nome que permaneceu até 1890, por ocasião de sua emancipação e passa a ter o nome atual em homenagem ao líder da Revolução Farroupilha. Em 30 de setembro de 1876, o padre Bartolomeu Tiecher celebrou a primeira missa na colônia, no mesmo ano em que foi erguida a primeira igreja com tábuas, sendo ampliada dois anos depois com pedras e tijolos. Em 26 de abril de 1884, foi inaugurada a Paróquia de Santo Antônio de Pádua, santo escolhido devido a acentuada devoção dos imigrantes a ele.
Mas falaremos mais sobre o desenvolvimento de Bento Gonçalves em colunas futuras, já que a persona destacada de hoje é um dos símbolos do fim da era dos cativos no Brasil e representa um período de grande ebulição cultural e intelectual, acrescidos à história do Brasil por seu pai do Pedro II.
Foi uma mulher à frente de sua geração, pois, combateu o machismo e lutou nos bastidores até por fim a escravidão do Brasil. Trecho do grande ato com a grafia da época:
“A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade, o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:
Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brazil.
Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.
Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente como nella se contém.”
Nos dias de hoje em nossa cidade, encontramos outras homenagens para a nobre filha do Brasil.
- Como o Colégio Estadual Dona Isabel no bairro universitário que já foi honrada com a Medalha de Mérito Cultural Oscar Bertholdo ou ainda a Escola Municipal de Ensino Fundamental Princesa Isabel no bairro Vila Nova, inaugurada em 1939.
Curiosidades sobre a Princesa Isabel:
- Tornou-se herdeira do trono aos 11 meses
-Casou-se aos 18 anos de idade
-Teve complicações na gestação de seu primeiro filho, após, 10 anos de casamento. O parto durou mais de 50 horas e a criança faleceu no útero da mãe
- Foi a primeira senadora do Brasil, sendo a primeira mulher no cargo
- Faleceu e foi enterrada na França e teve seu corpo enviado para o Brasil somente em 1971
- Se não houvesse o golpe da República, seria intitulada como Sua Majestade Imperial, Isabel I, Imperatriz Constitucional e Defensora Perpétua do Brasil
- Foi ela que em dezembro de 1868, ofereceu a N.S Aparecida um manto, com 21 estados brasileiros; em 6 de novembro de 1884, ofereceu-lhe uma coroa de ouro cravejada de brilhantes. A mesma com que a Imagem foi coroada Rainha do Brasil de 1904 e que está na Nossa Senhora lá na Aparecida até hoje.
A frase que finda nossa coluna de hoje foi atribuída a nossa princesa, mas não há registros efetivos de sua autenticidade. Mas, pode ser um grande explicativo de por que, em seguida ao seu grande ato histórico o exílio foi imposto. Um prelúdio do fim.
“Se mil outros tronos eu tivesse, mil tronos eu perderia para por fim à escravidão!”