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Cigarro eletrônico é hoje o principal inimigo na prevenção de doenças

Segundo o Ipec, Instituto de Pesquisas, já são quase três milhões de adultos usuários do cigarro eletrônico no Brasil.

31/05/2024 às 12h02 Atualizada em 01/06/2024 às 10h29
Por: Marcelo Dargelio
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Número de usuários do cigarro eletrônico aumentaram 600% no país - Foto: Divulgação
Número de usuários do cigarro eletrônico aumentaram 600% no país - Foto: Divulgação
Consciente dos impactos devastadores do fumo na saúde e na qualidade de vida, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS) lançou há mais de duas décadas a campanha "Fumo Zero". Essa iniciativa, que visa combater o tabagismo e seus efeitos nocivos, representa um compromisso nosso com a promoção da saúde e a prevenção de doenças relacionadas ao tabaco. Desde então, com inúmeras campanhas, foi combatido com sucesso o uso do cigarro tradicional. Quando a batalha parecia que estava sendo vencida, eis que surge um novo inimigo: o cigarro eletrônico.
 
Somente nos últimos seis anos, o aumento de usuários foi de 600%. O dado é do Ipec, Instituto de Pesquisas, que aponta quase três milhões de adultos usuários do cigarro eletrônico no Brasil. É surpreendente constatar, ainda, segundo estudo conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pela Vital Strategies que cerca de 23,9% dos jovens de 18 a 24 anos já experimentaram cigarros eletrônicos.
 
Por isso, é essencial reforçar que o uso prolongado de cigarros eletrônicos está associado a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças respiratórias, cardiovasculares e questões de saúde mental. 
 
“Os riscos vão além do usuário, alcançando também aqueles expostos ao fumo passivo. Os aerossóis gerados pelos vapes contêm nicotina, substâncias tóxicas e aumentam a concentração de material particulado em ambientes internos, representando riscos tanto para quem vaporiza quanto para quem compartilha o espaço”, afirma o diretor de Comunicação da AMRIGS, Marcos André dos Santos.
 
Publicidades enganosas tentam normalizar o uso de cigarros eletrônicos. A desinformação sobre a suposta segurança desses dispositivos é perigosa e deve ser combatida. Estudos apontam que os "vapes" liberam nanopartículas de metal e carcinógenos conhecidos, expondo os usuários a uma gama de produtos químicos prejudiciais à saúde.
 
Conforme a Resolução nº 46, de 28 de agosto de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é proibida a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, entre eles o cigarro eletrônico. A normativa, em seu primeiro artigo, é ainda mais específica: estão proibidos quaisquer dispositivos eletrônicos que aleguem a substituição de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e similares no hábito de fumar ou que objetivem alternativa no tratamento do tabagismo. Ou seja: há mais de dez anos os cigarros eletrônicos são, sim, proibidos no Brasil.
 
O Dia Mundial sem Tabaco é uma data celebrada anualmente no dia 31 de maio. Criada pelos Estados-membros da Organização Mundial da Saúde, a campanha pretende chamar a atenção para a epidemia do tabaco e para as mortes que causa. A AMRIGS conclama a sociedade a se unir nessa batalha contra o uso prejudicial de cigarros eletrônicos. É essencial que todos estejam cientes dos perigos associados aos "vapes" e compreendam que a aparente inovação desses dispositivos não é sinônimo algum de segurança. 
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