Internacional Polêmica
Fala do papa sobre aceitação de padres homossexuais repercute no mundo
Pontífice de 87 anos disse em reunião com bispos que já há "bichice demais"
29/05/2024 19h57
Por: Marcelo Dargelio

O Vaticano emitiu um comunicado com um pedido de desculpas, informando que seria do Papa Francisco. Ele teria se desculpado por usar uma linguagem considerada inapropriada durante uma reunião a portas fechadas com bispos italianos na semana passada. Em um momento de discussão sobre a admissão de padres abertamente gays nos seminários, o Papa utilizou o termo "frociaggine", uma expressão vulgar em italiano que quer dizer "bichice" ou "viadagem", que causou desconforto entre os mais de 200 bispos presentes.

A declaração do Papa foi prontamente abordada pelo porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, que emitiu um comunicado explicando que "o Papa nunca teve a intenção de ofender ou de se expressar em termos homofóbicos". Bruni também reiterou que Francisco pede desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelo uso da palavra. Ele acrescentou que o Papa já expressou várias vezes que "a Igreja Católica está aberta a todos", enfatizando a importância da inclusão na comunidade eclesiástica.

Os jornais italianos "La Repubblica" e "Corriere della Sera" foram alguns dos primeiros a reportar o uso do termo depreciativo, ressaltando a surpresa e o desconforto que causou. A agência de notícias italiana Ansa também comentou sobre a reação dos bispos à linguagem do Papa.

Ao longo dos seus 11 anos de papado, Francisco tem sido conhecido por suas aberturas em relação à comunidade LGBTQIA+, incluindo sua famosa frase de 2013: “Se uma pessoa é gay e busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?” Além disso, no ano passado, o Papa fez um movimento significativo ao permitir que padres abençoassem casais do mesmo sexo, o que gerou reações mistas dentro da ala mais conservadora da Igreja.

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Especialistas em teologia e membros da comunidade católica têm refletido sobre as implicações deste acontecimento, destacando que o diálogo sobre inclusão e aceitação continua sendo essencial para o progresso da Igreja em questões contemporâneas. O pedido de desculpas do Papa também é um lembrete da humanidade dos líderes religiosos e da importância de uma comunicação cuidadosa e respeitosa.