A tragédia que assolou o interior de Bento Gonçalves naquele fatídico 1º de maio agora tem números oficiais. Além das 11 pessoas mortas e os 4 que seguem desaparecidos, o Núcleo de Riscos Geológicos divulgou uma panorâmica do desastre. São mais de 100 estradas bloqueadas e 140 grandes deslizamentos de terra.
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Bento Gonçalves, o levantamento foi apresentado pelo geólogo Lucas Rafael Noremberg. Foram registrados deslizamentos de terra com até 500 metros de altitude. Os mais de 140 grandes desmoronamentos ocorreram entre às 6h às 12h do dia 1º de maio. As localidades de Faria Lemos, Linha Eulália, Vale Aurora e Rio das Antas foram as mais atingidas.
Além disso, são mais de 100 bloqueios em estradas municipais, estaduais e federais. O livenatamento mostrou que são 84 bloqueios em estradas Municipais, 13 em Estaduais e 10 nas estradas federais. É realizado o trabalho de abertura das vias em uma ação conjunta da Prefeitura e o projeto Unidos por Bento, com CIC-BG, Aearv e ASCOM. As equipes trabalham na ponte do Vale Aurora, Imaculada Conceição, RSC 431, Santa Lúcia, Linha Colussi, Santo Antoninho, Santo Isidoro, Eulália, Linha Alcântara, Salgado, Linha Buratti, KM2, São Pedro 71, Linha De Mari, São Luiz das Antas, Rosário, Linha Zemith, Vale dos Vinhedos, 40 da Graciema e São Valentin e outros pontos menos atingidos.
Cerca de 56 profissionais, como engenheiros e geólogos, já contribuíram com o trabalho do Núcleo. São servidores da Vale, do CREA de Minas Gerais, GeroRio, Defesa Civil do Rio de Janeiro, Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro, GroundProbe, Hexagon, MecRoc – Mecânica de Rochas, Faculdade da Serra Gaúcha, Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, Estado do Rio Grande do Sul, Bento Gonçalves e Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB). Além disso, 02 radares geotécnicos e 06 instrumentos de monitoramento nas quatro principais áreas de risco foram instalados em parceria com as empresas GroundProbe e Hexagon. Os profissionais da Prefeitura foram treinados para seguir com o trabalho de monitoramento.
O geólogo Cristiano Alves Nogueira ressalta que uma das maiores dificuldades que as equipes encontraram foi com a situação de acesso e também com as temperaturas baixas enfrentadas. "Nesse caso a comunidade foi importante, porque nos doaram toda vestimenta necessária. A população ficou muito atenta, atenciosa, entenderam a proposta das missões, visando a segurança deles próprios. O mais difícil foi a condição de acesso das regiões. É um trabalho importante sempre em conjunto com a Prefeitura, de Defesa Civil. O trabalho junto ao poder público tem sido fantástico, nos proporcionando todo o apoio que precisamos. É um legado que fica pra Bento", finaliza.
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