Elton Paulo Gialdi está chegando ao fim de seu mandato à frente da presidência do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) na gestão 2018/2019. Os últimos dois anos foram de construções de parcerias e de aproximação com entidades estaduais e regionais, mas sobretudo de protagonismo no envolvimento comunitário de infraestrutura e de criação de consciência política. “É uma grande realização pessoal estar à frente desta magnifica entidade, no município que me acolheu e me oportunizou todo o meu crescimento e prosperidade, minha família, meus negócios e meus relacionamentos de amizade. Analiso que a parte trabalhosa desta jornada o fiz por gratidão a tudo isso e pelos sentimentos de plenitude e realização na possibilidade de estar operando ações pela melhoria coletiva, isso é formidável”, comenta Gialdi.
Resgate da Fenavinho
O empresário encerra sua gestão no dia 31 de dezembro com a marca de ter devolvido a Fenavinho à comunidade – o que, por si só, seria um feito capaz de sacramentar qualquer trajetória. Um trabalho preocupado não apenas em celebrar com os bento-gonçalvenses a alegria da maior festa do município, mas também em garantir segurança jurídica para a realização das futuras festas. Depois de realizar acordos entre todas as partes, regularizando o nome da Fenavinho, a marca foi resguardada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e está sob domínio do CIC-BG. E foi com muita habilidade de gestão, mobilização e negociação que Gialdi costurou as relações necessárias para retomar a Fenavinho, depois de oito longos anos em que a festa ficou inviável de ser realizada.
Foram necessárias mais de 50 horas de reuniões com inúmeros credores, idas e vindas nas negociações. “É a nossa grande festa popular, a festa que ajudou a construir nossa Bento Gonçalves. A Fenavinho é a festa que apresenta Bento Gonçalves para todo o país e que representa nossa história, nossa cultura e nossa gente, além de nosso desenvolvimento. É uma festa raiz na sua essência por reunir nosso interior e sua vocação herdada dos imigrantes no cultivo da uva e na elaboração do vinho”, enaltece Gialdi.
Consciência política
Gialdi também demarcou sua postura à frente da entidade na promoção do envolvimento político da classe empresarial. Para ele, é necessário que não só empresários, mas a sociedade como um todo, seja mais participativa nas questões que envolvam os rumos do país. “Temos que ir em busca do que almejamos, e construir pontes para isso. Não adianta nos afastarmos da política por conta da fama da maioria de nossos políticos, isso é omissão. Temos de participar mais, exigir mais, cobrar mais e se envolver mais, porque tudo é política, e as decisões todas passam por ela”, argumenta.
Primeiro presidente a despachar na sonhada sede própria do CIC-BG, concluída no final de 2017, Gialdi imprimiu um ritmo forte ao cotidiano da organização assim que assumiu, no início de 2018. Não foram raras as vezes em que mais de um evento aconteceu na mesma semana, de palestras com políticos a encontros de entidades de classe.
Pelo CIC-BG, passaram senadores – Luiz Carlos Heinze e Ana Amélia Lemos, antes de ela concorrer a vice na chapa de Geraldo Alkmin –, o vice-governador Ranolfo Vieira Junior, os secretários estaduais Bruno Vanuzzi (Parcerias) e Beatriz Araujo (Cultura), diversos deputados federais e estaduais, além do então candidato a governador – e hoje atual chefe do Executivo gaúcho – Eduardo Leite e do pré-candidato à presidência Flávio Rocha, que acabou retirando a candidatura no meio do caminho.
Tantas outras lideranças políticas estiveram presentes no CIC-BG por meio dos eventos promovidos pela casa. A retomada da Fenavinho neste ano trouxe à cidade toda a representatividade e a visita ilustre do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, demarcando a primeira visita presidencial a Bento Gonçalves em quase 40 anos. Pautas como a Reforma Tributária, o Fórum da Infraestrutura e a Liberdade Econômica trouxeram a Bento deputados como Ronaldo Santini, Marcel Van Hattem e Jerônimo Goergen.
Também de teor político foram outros dois marcantes encontros realizados na gestão de Gialdi, o Fórum da Federasul e a Agenda 2020, que identificaram, respectivamente, oportunidades e demandas regionais entregues ao governador Eduardo Leite.
Preocupação comunitária
As articulações que o CIC-BG desempenhou para retomar a Fenavinho são a evidente preocupação secular da entidade com sua comunidade. Se a festa foi o maior desses exemplos, cabe ressaltar que não foi o único. Uma das mais fortes iniciativas foi o trabalho na criação do Bento+20. O conselho, com membros de quase 30 entidades de classe, universidades, sindicatos patronais e poder público, terá o desafio de pensar a Bento Gonçalves para os próximos 20 anos nas mais distintas áreas, como turismo, rural e mobilidade. “Como CIC, temos o dever não só de apoiar iniciativas que melhorem nossa cidade, mas propor também, porque está no nosso perfil ser uma entidade propositiva”, destaca Gialdi.
E as propostas da organização também abraçaram áreas como a cultura. Além das iniciativas contempladas neste segmento dentro da ExpoBento e da Fenavinho, elas tiveram evidência com o projeto EnCantos. O espetáculo musical reapareceu neste ano como parte integrante da programação pré-Fenavinho, com três apresentações gratuitas realizadas entre maio e junho, e desde novembro entrou novamente em cartaz. “É uma forma não só de estarmos mais presentes na vida da comunidade, mas de ela também estar mais perto do CIC e de si própria, numa grande confraternização”, opina o presidente.
Outra ação comunitária e relevante de reconhecimento à trajetória de líderes da região, é a distinção do troféu “Dom Empreendedor”. Criado nesta gestão, o prêmio é uma forma de homenagear as personalidades do setor produtivo que contribuíram para elevar o patamar econômico da região. “Nós somos privilegiados por viver numa região cheia de empresários exemplares, que não se omitem e exercem toda a sua força e grandeza para o desenvolvimento coletivo, eles que nos inspiram a sermos cada vez mais competitivos e a buscarmos a excelência constantemente. Por isso somos tão prósperos, e devemos nossa profunda admiração a essas pessoas”, diz Gialdi, lembrando que três líderes com esse perfil receberam o troféu – Moysés Michelon (in memorian), José Eugênio Farina e Clovis Tramontina.
Relacionamento e protagonismo
Elton Paulo Gialdi sempre destacou, ao longo de 2018 e de 2019, “estar” presidente do CIC-BG, em detrimento ao “ser” presidente do CIC-BG. Essa postura o aproximou não apenas da comunidade, mas também de importantes parceiros, tanto comerciais quanto institucionais.
Eles ajudaram a dar visibilidade a uma série de projetos do CIC-BG e a reforçar a imagem da instituição como um ente de atuação coletiva para angariar conquistas econômicas e sociais. CICS Serra, Amesne, Famurs, Federasul, Fiergs, entre outras, são algumas das entidades que vieram a Bento Gonçalves compartilhar anseios e conhecimentos.
Com muitas dessas, o CIC-BG foi parceiro na defesa dos interesses regionais, principalmente quanto à infraestrutura viária. Neste sentido, liderou um dos mais importantes encontros na Serra neste segmento em anos, o Fórum da Infraestrutura. Com a presença de senadores, deputados, prefeitos, vereadores e líderes setoriais, reuniu representantes do Ministério dos Transportes e da Secretaria Estadual de Transportes para debater alternativas como concessões e privatizações a fim de melhorar a logística da região, uma das mais prósperas em bens de consumo
O trabalho de relacionamento também rendeu frutos ao engrossar as fileiras de associados que se juntaram à missão do CIC-BG, de promover o desenvolvimento da sociedade – foram cerca de 100 novas empresas nos últimos dois anos.
Gestão interna
A gestão de Gialdi também cuidou da área administrativa e da gestão interna da entidade, com colaboradores mais envolvidos e focados na excelência do atendimento ao associado. A aquisição de um novo sistema operacional trouxe melhorias também no site da entidade e no desenvolvimento dos grandes projetos - Expobento e Fenavinho - e facilidades para as inscrições em cursos e/ou eventos promovidos na casa, que agora podem ser feitas de maneira online.
Também promoveu mudanças, modernizando o formato do Jornal do CIC e promoveu um novo convívio de ex-presidentes da casa ao levá-los para as reuniões de diretoria a fim de compartilhar vivências e experiências. Ainda, foi ferrenho defensor dos projetos do Consepro para angariar fundos para a segurança pública e das atividades do Observatório Social do Brasil (OSB-BG) no acompanhamento das contas públicas dos poderes Executivo e Legislativo, sendo também entusiasta da permanência do festival Bento em Dança.
Gialdi não esconde: Esses dois últimos anos foram uma experiência marcante que o acompanhará para o restante de sua vida. “Estar presidente do CIC é uma experiência enriquecedora. É uma troca muito justa e equilibrada, você se dedica com seu tempo, energia e trabalho voluntário e recebe muita satisfação pessoal pela possibilidade de contribuir deixando um legado para futuras gerações. Acho que os resultados estão aí”, diz o presidente.
Novos desafios
Ao contrário do que se pode pensar, o fim do mandato no CIC-BG não permitirá que Gialdi tenha mais tempo livre. Desde novembro, ele é o presidente do Conselho Superior da Fundaparque e, antes de encerrar seu mandato, toma posse no Conselho Superior da Federasul. E, em janeiro, será presidente do Conselho Superior do CIC-BG para os próximos dois anos. “Quando assumimos responsabilidades, assumimos desafios. O CIC transforma nossa vida, você entra uma pessoa e sai outra. Da mesma forma, você tem a oportunidade de deixar, de algum modo, sua marca por onde passou”, comenta.
Na entidade, por exemplo, Elton procurou imprimir sua forma de se relacionar. Auto-definido como uma pessoa de relações e hábitos simples, sinceros, tem na franqueza uma de suas grandes virtudes. “Essa simplicidade foi o que tentei agregar à imagem do CIC-BG, fazendo com que empresários de todos os portes e perfis percebessem que o ambiente da entidade também é para eles, acolhendo-os e integrando-os às rotinas da Casa. O CIC é feito por empresários com o DNA dos Italianos, de trato e forma simples em suas relações. Acredito que essa característica permitiu que abríssemos mais o leque de convívio dos participantes e associados. Agregamos força, representatividade e mais diversidade à entidade, uma estratégia que traz ganhos para todos”, avalia.
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