Saúde Fatalidade
Família esclarece morte de mulher após atendimento na UPA de Bento
Paciente de 26 anos foi medicada para ansiedade e foi mandada para casa. Ela voltou à UPA três dias depois e morreu no hospital.
07/05/2024 08h05 Atualizada há 7 meses
Por: Marcelo Dargelio
Malu Martins tinha apenas 26 anos e família entende que sua morte foi uma fatalidade - Foto: Divulgação

A família da pedagoga Malu Luísa Martins, de 26 anos, veio a público esclarecer como ocorreu sua morte. Ela recebeu dois atendimentos na Unidade de Pronto Atendimento de Bento Gonçalves (UPA 24 Horas) sendo medicada para ansiedade e foi mandada para casa pelo médico, no primeiro e, no segundo, devido à gravidade do seu quadro de saúde, foi encaminhada ao hospital, onde acabou falecendo.

De acordo com os familiares de Malu Martins, na noite do domingo, 28 de abril, ela sentiu dores no peito e falta de ar, procurando a UPA na segunda-feira, 29 de abril. Na avaliação da triagem, Malu apresentou sinais vitais normais, porém devido à dor e à possibilidade de um problema mais sério, foi encaminhada com prioridade para o atendimento, realizando exames como eletrocardiograma e raio-x do tórax, os quais apresentaram normalidade e, portanto, acabou sendo diagnosticada com uma crise de ansiedade.

Malu Martins retornou à unidade na quinta-feira, 2 de maio, por volta das 8h, e mais uma vez, na triagem, os sinais vitais apresentaram normalidade. Entretanto, como já havia apresentado um quadro na segunda-feira, foi encaminhada para mais exames e, dessa vez, o exame enzimático apresentou alteração, podendo ter ocorrido ou estar ocorrendo um infarto além de uma possível trombose.

O médico da UPA estava tentando uma transferência para um hospital da região, mas em decorrência das fortes chuvas e rodovias bloqueadas o transporte não foi possível, sendo encaminhada então para o Hospital Tacchini, por volta das 17h. Segundo a família, o hospital estava com o aparelho de cateterismo queimado. Chegando na casa de saúde, o quadro de Malu se agravou e apesar de todas as tentativas das equipes de saúde, acabou falecendo por volta das 18h52 do mesmo dia, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.

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Malu Martins era pedagoga e dona de um coração enorme. Dedicou sua vida adulta ao magistério, amava as crianças, e até o último minuto da quinta-feira, 2, falava em ficar bem para poder ajudar as pessoas afetadas pelas enchentes do RS. Atualmente estava trabalhando na administração da empresa da família.

A família faz questão de relembrar que o que aconteceu com a Malu foi uma fatalidade. Segundo eles, a culpa não foi do atendimento na UPA e nem do Hospital Tacchini.  A família agradece por toda a dedicação e carinho dos diversos profissionais da saúde que fizeram todo o possível pela vida de Malu, assim como estão dedicando suas forças para as vítimas das chuvas.