Considerada uma das profissões do futuro, a Biomedicina teve seu vasto campo de atuação evidenciado durante o lançamento do curso no Campus Universitário da Região dos Vinhedos, na noite da sexta-feira, 26 de abril. O encontro contou com palestra do presidente do Conselho Regional de Biomedicina, Renato Minozzo, e reuniu alunos do novo curso, além de professores e equipe acadêmica, no auditório do Bloco A. Inicialmente, a capacidade do curso na UCS Bento será de absorver 50 alunos por ano.
A nova opção a integrar as graduações da área da Vida da Universidade de Caxias do Sul (UCS) em Bento Gonçalves vai ao encontro do aumento da oferta de cursos na área. Com esse, agora são sete no total – Ciências Biológicas, Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, Farmácia e Enfermagem, esse último lançado há menos de um ano. "Como universidade, estamos reforçando nosso papel de formação integral das pessoas, bem como nossa missão enquanto universidade comunitária aqui na região", disse, durante a inauguração do curso, o sub-reitor do Carvi, Fabiano Larentis.
Ao abordar o surgimento da Biomedicina, o histórico da instalação dos primeiros cursos no país e as funções do conselho regional, Minozzo destacou o grande potencial de crescimento da profissão. "São muitas áreas de atuação e virão muitas outras, por isso é tida como uma profissão do futuro. Com toda tecnologia de hoje, vocês vão trabalhar em muitas áreas distintas", destacou ele, um dos pioneiros na implantação do curso no Rio Grande do Sul, em 2000 – desde então, o Estado conta com 4,5 mil biomédicos ativos registrados no conselho.
Além das principais habilitações, que incluem análises clínicas, biológicas, ambientais, toxicológicas e bromatológicas (análise de alimentos e bebidas), biologia molecular, estética, genética, reprodução humana, entre outras, Minozzo abordou segmentos que estão ganhando evidência e outros que surgem como novidade. Entre eles, estão o ramo de vacinas, de gestão das tecnologias em saúde, de fisiologia e das práticas integrativas e complementares em saúde, conhecidas como PICS. "Ao todo, são 29 PICS, como ozonioterapia, acupuntura, antroposofia. São práticas consolidadas no mundo inteiro que o Ministério da Saúde tem implementado e economizam dinheiro e trazem bem-estar", disse.
A gerontologia biomédica é outra área que será importante. "Pela primeira vez, o Brasil terá população com mais de 60 anos superior à de pessoas com menos de 14 anos. É uma oportunidade para lidar, a partir do arsenal de instrumentos que temos, com a grande quantidade de pessoas nessa faixa etária, um mercado em que as pessoas têm necessidades físicas, para atuarmos na área de gestão, de pesquisa, de perícia, entre outras", observou. Minozzo também falou da bioinformática "Esse é o futuro, é a inteligência artificial, atuando na análise de dados biológicos".
O profissional também orientou os estudantes a se dedicarem além das horas passadas dentro da universidade. "Se quiserem uma dica, é estudar, estudar e estudar", recomendou. Também para produzir conhecimento numa das grandes áreas de atuação da biomedicina, o campo de docência e pesquisa. "Nós somos usuários de tecnologia, nós não exportamos tecnologia. Temos que desenvolver pesquisa", orientou.
A coordenadora do curso no Carvi, professora Michelle Fraga, tratou o momento como especial e reforçou os diferenciais da formação na universidade. "O nosso curso prevê oito semestres e tem mais de 60% da carga-horária prática, ou seja, prevê que o aluno sai daqui amplamente qualificado para atuar no mercado de trabalho", disse. Presente no evento, a secretária municipal da Saúde, a biomédica Daiane Piuco, salientou a riqueza de opções da profissão. "Muitas vezes, o aluno entra achando que vai trabalhar em laboratório, que vai trabalhar em estética, em bromatologia, mas ele acaba se encantando por outras áreas, porque o curso abrange muitas áreas de atuação que se enquadram no mercado do trabalho", destacou.
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