Em um movimento significativo para a educação superior no Rio Grande do Sul, a Câmara Municipal de Bento Gonçalves sediará nesta sexta-feira, 19 de abril, uma audiência pública para discutir a criação da Universidade Federal da Serra Gaúcha. O encontro, marcado para as 10h, traz expectativas elevadas de avanços para a região Nordeste do estado, conhecida por sua robusta economia mas ainda carente de instituições federais de ensino superior.
O projeto para a nova universidade foi integrado ao programa federal "Educação Superior: Qualidade, Democracia, Equidade e Sustentabilidade", sob o Anexo VII-B, que contempla a elaboração de estudos e projetos para a implantação de novos campi universitários. Para este fim, foram alocados R$ 5 milhões, divididos entre os anos de 2025 e 2026, com expectativas de que os estudos preliminares comecem já no primeiro semestre de 2024.
A necessidade de uma universidade federal na região foi fortemente articulada em dezembro do ano passado, quando uma comitiva da Serra Gaúcha apresentou ao Ministério da Educação um documento repleto de dados socioeconômicos. A região, composta por 48 municípios e representando 11% da população do estado, contribui igualmente para o PIB estadual, com Caxias do Sul sozinha representando o segundo maior PIB do estado.
"A falta de uma universidade federal é sentida especialmente quando consideramos que o Rio Grande do Sul possui apenas seis universidades federais, com as mais recentes estabelecidas nas primeiras décadas deste milênio e nenhuma situada no Nordeste do estado. A nova universidade promete não só expandir o acesso à educação superior de qualidade mas também contribuir para a redução das desigualdades regionais, potencializando ainda mais o desenvolvimento local", diz um trecho do documento.
Com a audiência pública, espera-se que as discussões levem a passos concretos para a materialização desse projeto educacional crítico, apoiando não apenas o progresso econômico mas também a inclusão social.
Durante a audiência, espera-se que lideranças locais, acadêmicos, políticos e membros da comunidade discutam os planos detalhados para a implantação da universidade e abordem possíveis desafios que podem surgir durante o processo. Questões como a localização dos campi, cursos a serem oferecidos e estratégias para integração com as necessidades locais de emprego e economia serão cruciais.
Finalmente, o impacto de uma nova universidade federal estende-se além da educação e do desenvolvimento econômico; ela também tem o potencial de transformar socialmente a região, promovendo maior acesso a oportunidades educacionais para populações tradicionalmente marginalizadas e contribuindo para uma sociedade mais equitativa e inclusiva.
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