Com a atuação em diversas frentes em prol da comunidade de Bento Gonçalves, o projeto "O Bom Samaritano" completou, no último sábado, dia 6 de abril, sete anos de trajetória na Capital Brasileira do Vinho. Dentre suas maiores ações está o trabalho de recuperação de dependentes químicos, contando com duas Comunidades Terapêuticas: a masculina, em Tuiuty, e a feminina, no interior de Carlos Barbosa, as quais atendem atualmente 24 pessoas na luta contra o álcool e a drogadição.
O projeto nasceu em 2017, inicialmente com o objetivo de oferecer cestas básicas às famílias carentes, sobretudo àquelas que chegavam ao município vindas de outras cidades, e auxílio a moradores de rua em Bento Gonçalves. Conforme Leandro Araújo, idealizador do projeto, são mais de 1.600 famílias cadastradas junto ao "O Bom Samaritano" e, até então, foram destinadas aproximadamente 42 toneladas de alimento para doações com a ajuda da comunidade. Com o trabalho realizado, o projeto ampliou seu leque de ações e passou ajudar dependentes químicos, principalmente aqueles que se encontravam em situação de morador de rua.
"Após mais ou menos um ano com esse trabalho com os moradores de rua na Praça Vico, nasceu o desejo de nós termos uma comunidade terapêutica para tirá-los das ruas e dar a eles uma oportunidade para vencer a drogadição. A comunidade terapêutica masculina atende hoje 21 pessoas regrando a vida deles novamente para que eles possam voltar a sociedade uma pessoa mudada, uma pessoa transformada", salienta Leandro.
Observando a necessidade de implementar uma Comunidade Terapêutica também para o público feminino, o projeto inaugurou, há dois meses, um espaço no interior de Carlos Barbosa para abrigar mulheres que desejam deixar a dependência química. "Temos casais que são usuários. O homem queria um tratamento, mas não queria deixar a esposa em casa e correndo o risco de continuar alimentando o vício e, por isso, deixava de fazer o tratamento por não ter um lugar para encaminhar a esposa. Hoje temos condições, o casal pode se tratar, claro que em comunidades separadas, mas terão o mesmo tratamento, o mesmo cuidado para que os dois se restabeleçam, se restaurem para retornar juntos para casa recuperados", pondera.
Durante os sete anos de projeto, cerca de 180 pessoas passaram pela Comunidade Terapêutica do "Bom Samaritano", número muito comemorado pelo seu idealizador, que sentiu na pele o processo de recuperação para deixar a drogadição. "Sou um recuperado, fui por 17 anos um usuário de droga, fui viciado no crack por seis anos, fiquei muitos anos preso na cocaína. De onde fui curado agora procuro levar a minha vida para ajudar essas pessoas", relata Leandro.
Outro braço do projeto são as atividades realizadas para crianças de Bento Gonçalves, abrangendo jovens de 4 a 12 anos dos bairros Vila Nova, Zatt, Ouro Verde, Santa Helena, entre outros. Com o projeto "Filhos à Mesa", cerca de 60 crianças participam de diversas ações nos sábados pela manhã, sendo oferecidos um café da manhã e palestras para educar e instruir os jovens, sobretudo quanto aos malefícios do tabaco, da bebida e das drogas. "Já recebemos a visita de vários profissionais, como a Brigada Militar, o Exército, dentitas, psicólogas, várias pessoas de diversas áreas que procuram dar uma mensagem em prol do futuro dessas crianças", explica.
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