Quem segue pelas ruas da cidade de Bento Gonçalves, entre as ruas 13 de Maio e Saldanha Marinho, consegue admirar um trabalho artístico diferente dos propostos na Capital do Vinho. Robson Costa Cruz, de 34 anos, o artista prateado, escolheu no município para realizar uma arte pouco comum, o malabarismo.
Sendo perceptível a empolgação em realizar seu trabalho e sempre com um sorriso no rosto, têm encantado os moradores com suas habilidades e atraído um grande público que apoia e se diverte vendo os malabares acontecendo. Natural de Porto Alegre, começou ainda criança a admirar a arte do malabarismo e decidiu aprender para seguir carreira.
Hoje morador de Bento, nos conta que já se apresentou em cidades como Florianópolis, Carlos Barbosa e Caxias do Sul, ressaltando a hospitalidade do povo bento-gonçalvense em relação à sua arte. “As pessoas que moram em Bento, gostam do meu trabalho e são atenciosas quando paro para conversar com elas. São as pessoas que mais divulgam o meu trabalho e me recebem de braços abertos para que eu consiga fazer o que amo”, destaca o artista.
Robson Cruz ressaltou que é um grande fã de filmes, tendo inspiração no personagem do Quarteto Fantástico, o Surfista Prateado para realizar suas apresentações. Além de ter admiradores do seu trabalho, também conta com diversos apoios para sua divulgação e que consegue se manter financeiramente com o que ganha nos semáforos da cidade.
Para a adolescente Vitória de Souza, de 16 anos, ver alguém fazendo o que ama e sendo bem recebido, é importante para a cidade, além de ser inspirador. A jovem, também artista, ressalta a importância do artista na cidade, ao dizer que o trabalho que ele realiza é profundo e muito bonito de se ver.
A liberdade existente, em seu ramo, permite adquirir novos conhecimentos e traz maior diversidade para seu trabalho, além de proporcionar experiências únicas. Realizando um trabalho organizado e disciplinado, Robson consegue usar sua liberdade e criatividade para inspirar novos artistas a também viverem sua arte. Durante 15 anos, ele tem passado uma visão diferente para Bento Gonçalves, enriquecendo o centro da cidade e expandindo novos horizontes para quem, por alguns segundos, consegue ver seus malabares ganhando o céu. O jovem destaca que já realiza seu trabalho por 21 anos e que aprendeu vendo outras pessoas realizarem nas ruas de Porto Alegre.
Para o aposentado José Inácio da Silva, de 62 anos, é importante que a cidade acolha e respeite o trabalho do artista, pois a maioria das pessoas não conseguem ter essa habilidade e que de longe, observa os malabares sendo um diferencial na cultura de Bento. “O artista, já faz parte da cultura da cidade e sem ele, as ruas ficariam mais tristes”, ressaltou o idoso.
O que diz a lei
A Lei 12.587 de 2012, prevê a garantia e liberdade cultural nas áreas de mobilidade urbana das cidades e garante o exercício da arte como profissão, além de garantir os direitos constitucionais referentes à profissão. A arte de rua, é uma livre expressão de movimento, que teve sua origem na arte rupestre e que segue até hoje por diversos lugares e formas de expressões, trazendo o trabalho artístico como meio de sobrevivência e inspiração para outros artistas, sem se prender à um único local. Como destaca Robson: “a arte é livre e sem arte não existe evolução”.