Cultura Arte de rua
Você conhece o artista prateado que se apresenta nos semáforos de Bento?
Atuando há vários anos na área central da Capital do Vinho, artista já faz parte do cotidiano dos motoristas da cidade.
04/04/2024 20h09 Atualizada há 8 meses
Por: Marcelo Dargelio
Artista de 34 anos é atração principalmente na esquina das ruas 13 de Maio e Saldanha Marinho - Foto: Emanuelle Ferreira/Divulgação

Quem segue pelas ruas da cidade de Bento Gonçalves, entre as ruas 13 de Maio e Saldanha Marinho, consegue admirar um trabalho artístico diferente dos propostos na Capital do Vinho. Robson Costa Cruz, de 34 anos, o artista prateado, escolheu no município para realizar uma arte pouco comum, o malabarismo.

Sendo perceptível a empolgação em realizar seu trabalho e sempre com um sorriso no rosto, têm encantado os moradores com suas habilidades e atraído um grande público que apoia e se diverte vendo os malabares acontecendo. Natural de Porto Alegre, começou ainda criança a admirar a arte do malabarismo e decidiu aprender para seguir carreira.

Hoje morador de Bento, nos conta que já se apresentou em cidades como Florianópolis, Carlos Barbosa e Caxias do Sul, ressaltando a hospitalidade do povo bento-gonçalvense em relação à sua arte. “As pessoas que moram em Bento, gostam do meu trabalho e são atenciosas quando paro para conversar com elas. São as pessoas que mais divulgam o meu trabalho e me recebem de braços abertos para que eu consiga fazer o que amo”, destaca o artista.

Robson Cruz ressaltou que é um grande fã de filmes, tendo inspiração no personagem do Quarteto Fantástico, o Surfista Prateado para realizar suas apresentações. Além de ter admiradores do seu trabalho, também conta com diversos apoios para sua divulgação e que consegue se manter financeiramente com o que ganha nos semáforos da cidade.

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Para a adolescente Vitória de Souza, de 16 anos, ver alguém fazendo o que ama e sendo bem recebido, é importante para a cidade, além de ser inspirador. A jovem, também artista, ressalta a importância do artista na cidade, ao dizer que o trabalho que ele realiza é profundo e muito bonito de se ver.

A liberdade existente, em seu ramo, permite adquirir novos conhecimentos e traz maior diversidade para seu trabalho, além de proporcionar experiências únicas. Realizando um trabalho organizado e disciplinado, Robson consegue usar sua liberdade e criatividade para inspirar novos artistas a também viverem sua arte. Durante 15 anos, ele tem passado uma visão diferente para Bento Gonçalves, enriquecendo o centro da cidade e expandindo novos horizontes para quem, por alguns segundos, consegue ver seus malabares ganhando o céu. O jovem destaca que já realiza seu trabalho por 21 anos e que aprendeu vendo outras pessoas realizarem nas ruas de Porto Alegre. 

Para o aposentado  José Inácio da Silva, de 62 anos, é importante que a cidade acolha e respeite o trabalho do artista, pois a maioria das pessoas não conseguem ter essa habilidade e que de longe, observa os malabares sendo um diferencial na cultura de Bento. “O artista, já faz parte da cultura da cidade e sem ele, as ruas ficariam mais tristes”, ressaltou o idoso.

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O que diz a lei

A Lei 12.587 de 2012, prevê a garantia e liberdade cultural nas áreas de mobilidade urbana das cidades e garante o exercício da arte como profissão, além de garantir os direitos constitucionais referentes à profissão. A arte de rua, é uma livre expressão de movimento, que teve sua origem na arte rupestre e que segue até hoje por diversos lugares e formas de expressões, trazendo o trabalho artístico como meio de sobrevivência e inspiração para outros artistas, sem se prender à um único local. Como destaca Robson: “a arte é livre e sem arte não existe evolução”.