O papel das artes no eixo de prevenção do RS Seguro foi tema de painel conduzido pela Secretaria da Cultura (Sedac), nesta quinta-feira (21/3). A atividade aconteceu no espaço RS Innovation Stage, no South Summit Brazil, evento global de inovação correalizado pelo governo do Rio Grande do Sul.
Os diretores dos Departamentos de Artes e Economia Criativa, Germana Konrath, e de Livro, Leitura e Literatura, Benhur Bortolotto, abordaram as iniciativas da pasta no âmbito do RS Seguro, programa transversal do governo do Estado que desenvolve uma série de ações em territórios com indicadores de maiores criminalidade e vulnerabilidade socioeconômica. A analista em assuntos culturais, Gabriela Konrath, fez a mediação do painel.
Benhur informou que, entre os anos de 2024 e 2026, serão investidos R$ 15 milhões em cinco políticas públicas de cultura direcionadas às comunidades do RS Seguro. Além do edital Territórios Criativos (que será lançado no segundo semestre deste ano), haverá programas de leitura criativa de textos literários, residência artística em escolas, atividades promovidas por acadêmicos da área e qualificação em artes e economia criativa.
O diretor explicou os objetivos do projeto. “A oferta de arte está articulada a uma série de ações, pois sozinha não tem o poder de resolver os problemas de segurança pública. O que será oferecido é o acesso a experiências dignificantes para quem hoje tem poucas oportunidades, pois a arte pode contribuir para o desenvolvimento estético e intelectual do ser humano”.
Benhur citou projeção realizada pelo Institute for the Future, segundo a qual metade das profissões do mundo no ano de 2036 ainda não existem. “Como vamos formar os jovens para esse futuro, se uma formação qualificada leva cerca de 20 anos? Oferecendo uma experiência de vida que lhes permita ser inventivos, criativos e inovadores – e isso se faz com arte. Uma educação sólida é necessária, mas dissemina principalmente o que já é sabido. Sobre o que não sabemos, somente com a arte podemos obter alguma resposta.”
Germana apresentou exemplos de projetos que inspiram as ações desenvolvidas pela Sedac para os territórios do RS Seguro. “A ideia principal é que as iniciativas se baseiem no pensamento e nas demandas que vêm de dentro das comunidades, criando possibilidades estéticas que possam ir além de algo que já chegue pronto de fora”, afirmou. “Estamos buscando inspirações em processos artísticos criados junto com as pessoas que estão nos lugares, para que elas sintam que podem fazer a diferença e se identifiquem com os projetos.”
Uma das iniciativas mencionadas pela diretora foi o Jardim Miriam Arte Clube (Jamac), um espaço cultural na zona sul da cidade de São Paulo. O projeto é gerido coletivamente na comunidade e promove ações de serigrafia, grafite e intervenções artísticas em jardins, entre outras atividades. Ela também apresentou o projeto coletivo Park Fiction, realizado em Hamburgo, na Alemanha. No local, na década de 1990, foi proposto um movimento de ocupação do espaço público, tornando-o atrativo para a comunidade por meio de oficinas, palestras e mostras de cinema, por exemplo. De acordo com a diretora, a iniciativa viabiliza a ativação de diferentes possibilidades no mesmo local ao longo do tempo.
A participação da Sedac no South Summit Brazil segue nesta sexta-feira (22/3), com a grande final do Slam Poetry, uma competição de poesia falada entre jovens dos Centros de Juventude (CJs) do Rio Grande do Sul. A apresentação acontece no palco Music, às 13h10.
Texto: Douglas Carvalho/Ascom Sedac
Edição: Camila Cargnelutti/Secom
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