De tabu à realidade, os procedimentos estéticos e cuidados com a saúde, até pouco tempo atrás com baixa procura, vêm ganhando cada vez mais adeptos entre a população masculina. Campanhas de conscientização, como o Novembro Azul – idealizado para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata – e dados de cirurgias plásticas realizadas em homens no Brasil – que quadriplicaram nos últimos cinco anos – evidenciam um movimento de aproximação entre o homem e o zelo pela estética e vida saudável.
Muitas das intervenções plásticas, inclusive, vão além da aparência e contribuem para a qualidade do estilo de vida – a exemplo da lipoaspiração, do lifting facial e das cirurgias que corrigem ginecomastia (crescimento anormal das mamas). Ao fortalecerem a autoestima dos pacientes, os procedimentos vão ao encontro de demandas que fazem parte de um novo contexto social em processo de definição. “Grande parte dos homens que procuram os consultórios médicos para intervenções estéticas objetivam uma melhora no aspecto físico, rejuvenescendo a aparência. Isso, claro, aliado à consequente influência direta em hábitos de vida mais saudáveis”, considera o cirurgião membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Felipe de David.
Responsável pelo impressionante número de 276 mil cirurgias ao ano, a prática estética entre a comunidade masculina difere de acordo com a faixa etária: da infância até a juventude, a cirurgia plástica mais comum entre homens é a otoplastia (correção das orelhas em abano). Já entre 20 e 30 anos, ganha destaque a rinoplastia (plástica no nariz), e a ginecomastia, ou seja, correção das mamas masculinas – esse procedimento, aliás, é o mais procurado pelos homens, segundo a SBCP. Até os 40 anos, por sua vez, muitos procuram os cirurgiões plásticos para realizar lipoaspiração, lipoescultura e também implantes capilares. A blefaroplastia (cirurgia nas pálpebras) é comum entre pacientes de 50 a 60 anos e, para além dessa idade, o lifting facial é o preferido.
Campanha convida a debater saúde masculina
Com o objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o diagnóstico precoce de doenças que atingem a população masculina, a campanha Novembro Azul surgiu em 2003 e, desde então, espalha pelo mundo a cultura da conscientização sobre cuidados com a saúde do homem. O principal foco da iniciativa é o câncer de próstata, que atingiu cerca de 68 mil pessoas somente em 2018. Esses valores correspondem a um risco estimado de 66,12 casos novos a cada 100 mil homens, além de ser a segunda causa de morte por câncer em indivíduos do gênero masculino no Brasil, com mais de 14 mil óbitos.
Existem alguns fatores que podem aumentar as chances de desenvolvimento do câncer de próstata. Entre eles, médicos especialistas destacam o aumento do risco com o avançar da idade – no Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. Outros fatores determinantes são o histórico de câncer na família, o sobrepeso e a obesidade.
Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas e, quando apresenta, os mais comuns são dificuldade ou demora em começar e terminar de urinar, sangue ou diminuição do jato de urina e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Nesse sentido, cuidados com uma alimentação saudável, manter o peso corporal adequado, praticar atividade física, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas estão entre os fatores que mais ajudam a prevenir a doença. Porém, em caso de algum dos sintomas, é extremante importante procurar imediatamente um médico especialista, que irá dar andamento aos exames e procedimentos necessários.
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