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Projeto Memória Negra em Bento Gonçalves traz à tona a história negra local

Atividades e ações de cunho artístico e cultural do projeto se transformarão no livro "Registro da Cor", do historiador Lucas Anhaia

19/03/2024 às 09h40 Atualizada em 20/03/2024 às 14h49
Por: Kevin Sganzerla Fonte: NB Notícias
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Projeto Memória Negra em Bento Gonçalves traz à tona a história negra local

O Centro Cultural 20 de Novembro será palco, no próximo sábado (23), do lançamento do projeto Memória Negra em Bento Gonçalves. Com o intuito de resgatar e registrar as vivências e contribuições da população negra no município, o projeto se propõe a dar voz às histórias que, muitas vezes, foram silenciadas pela narrativa dominante, relacionando-as com os contextos nacionais e internacionais. Sob a coordenação do historiador Lucas Anhaia, serão realizados encontros, pesquisas e atividades artísticas para compor um livro intitulado "Registro da Cor", que terá como objetivo principal a disseminação do conhecimento sobre a história negra local.

A primeira etapa do projeto, idealizado com recursos do Fundo Municipal de Cultura, será marcada por um café e conversa, onde serão compartilhadas memórias e experiências de pessoas negras de Bento Gonçalves. Além disso, o evento contará com apresentações artísticas selecionadas por Silvia Maia Alves, uma figura influente na comunidade negra, que traz consigo mais de duas décadas de dedicação à cultura afrodescendente.

Dentre as atrações previstas para o dia, destaca-se a exposição "Faces da Miscigenação", do fotógrafo Pablo do Rosário, que apresentará retratos de pessoas negras residentes ou que já passaram pela cidade. Também estão programadas apresentações de Hip Hop e da banda Raízes, integrante do Movimento Negro Raízes.

O projeto surge como uma tentativa de complementar a história oficial de Bento Gonçalves, que há muito tempo se concentrou exclusivamente na saga dos imigrantes italianos, negligenciando a presença e o legado da população negra. Grupos de negros, muitos dos quais chegaram como "tropeiros" durante a construção de ferrovias, desempenharam um papel fundamental na formação social, cultural e física da cidade.

Zilda Marques Nuncio, presidente da Sociedade 20 de Novembro, expressa a importância do projeto: "A gente nunca foi lembrado na história dessa cidade, a gente é aquele lado esquecido e um dos motivos de eu estar lutando na 20 é por conta dessa nossa invisibilidade", ressalta.

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