No dia 29 de fevereiro de 2004, o torcedor alviazul e a comunidade de Bento Gonçalves se deslocava para o bairro São João, "o outro lado da BR-470", para presenciar a partida de inauguração do Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos, a terceira casa do time da Capital Brasileira do Vinho em sua história. O árbitro Carlos Eugênio Simon soou o primeiro apito oficial, que deu início ao confronto entre Esportivo e Pelotas. Aos 16 minutos, ecoou nas arquibancadas o primeiro grito de gol: Ernestina, aos 16 minutos, inaugurou as redes e Fabinho complementou a vitória alviazul por 2 a 0. Era o início de uma nova era na história centenária do Esportivo.
Com um público de mais de quatro mil torcedores, o Esportivo, comandado pelo técnico Guilherme Macuglia, entrou em campo naquela ocasião com Nivaldo, Tito, Eder Larentis, Fábio Braz e Jal; Evanor, Wolnei Caio (Ronaldo Bagé), Joel Cavalo e Ernestina (D'Angelo); Marcelo Silva (Aurélio) e Fabinho. E o início da trajetória do Esportivo em sua nova casa foi marcada pelo título histórico da Copa RS, atualmente conhecida como Copa FGF. Sob o comando de Paulo Porto, o alviazul ergueu a sua primeira taça no primeiro ano do Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos.
A construção:
No dia 23 de junho de 1979, o presidente Odorico Orozimbo Vanni, juntamente com o Conselho Deliberativo e membros da comissão de obras, presidida por Darcy Pozza, iniciaram as buscas pelo terreno para a construção do novo estádio. Três eram as opções: uma, no Barracão, em propriedade da família Luchese; outra, onde hoje se encontra a empresa Multimóveis, e a terceira, em local chamado, na época, de "o outro lado da RST-470".
O local escolhido foi adquirido por aproximadamente 6 milhões de cruzeiros, com recursos oriundos da venda do terreno localizado em frente ao Hospital Tacchini e de verbas federais captadas pelo deputado Darcy Pozza, conforme os jornalistas Fabiano Mazzotti e Alceu Salvi Souto relatam no livro "Um Século Alviazul". O estádio foi projetado pelo engenheiro Olivar Basso e pela arquiteta Maria Inês Stefani. O engenheiro Aquiles Pizzetti acompanhou a evolução da construção até a inauguração. Na época, o estádio foi considerado uma das maiores obras de engenharia da região.
Em 1985, com o estádio, que já estava tomando forma, foi repassado à Fundação Clube Esportivo (Fundesp) que, na prática, tornou-se mantenedora do patrimônio do clube. No ano seguinte, novos recursos federais provenientes do deputado Darcy Pozza impulsionaram a construção do estádio, inicialmente prevista para ser inaugurada em 1986. No entanto, a recessão econômica no país dificultou a evolução das obra. Em 1988 ocorreu o primeiro treino no novo estádio, ainda em construção, sob o comando do técnico Toninho Fronza.
Na década de 1990, a construção andou a passos lentos por conta da ausência de verbas para a conclusão dos trabalhos, preocupando a comunidade e gerando dúvidas se o local se tornaria um "elefante branco". Na década de 2000, Dárvin Geremia abraçou a empreitada para que tornasse realidade a inauguração da nova casa do Esportivo. Ao lado de Aquiles Pizzetti, começaram uma articulação para a aceleração e conclusão das obras. Em 2003, com a colocação das torres dos refletores e diversas outras frentes de trabalho possibilitaram que o estádio ficasse pronto para o ano de 2004.
Nos anos seguintes após a inauguração, o estádio recebeu inúmeras melhorias. Em 2011, foram construídos os alojamentos e o refeitório. Entre 2019 e 2020, no ano do centenário do Esportivo, a casa alviazul recebeu uma pintura externa, além de diversas melhorias no seu entorno, bem como a construção de um campo suplementar. Em 2024, novos campos estão sendo construídos, incluindo um de gramado sintético, que será coberto para ser utilizado para treinamentos em dias de chuva.
Uma nova era nos gramados:
Em seu novo estádio, o Esportivo fez história, e logo no primeiro ano atuando no Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos, com o título da primeira edição da Copa RS. Em 2005, o alviazul participou pela primeira vez da Copa do Brasil, encarando o Fluminense na segunda fase da competição nacional, após eliminar o Londrina na estreia.
Desde então, o Esportivo soma diversos títulos na nova casa, como a Copa RS, em 2004, o título do Interior do Gauchão, em 2020, duas conquistas da Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho (2012 e 2022), além de campanhas de destaque na Série C e D do Campeonato Brasileiro e de participações na Copa do Brasil (2005 e 2021).