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CMA vai votar projeto com diretrizes para adaptação às mudanças climáticas
A Comissão de Meio Ambiente (CMA) tem uma pauta com nove itens na reunião desta quarta-feira (28). Um deles é o PL 4.129/2021 que dispõe sobre as ...
26/02/2024 20h06
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Senado

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) tem uma pauta com nove itens na reunião desta quarta-feira (28). Um deles é o PL 4.129/2021 que dispõe sobre as diretrizes gerais para a elaboração de planos de adaptação à mudança do clima. O projeto, que foi apresentado pela deputada Tábata Amaral (PSB-SP), tem por objetivo estimular medidas "para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas ambiental, social e econômico diante dos efeitos atuais e esperados da mudança do clima", com base na Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009 , que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). O relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentou um substitutivo (texto alternativo), alterando a proposta inicial da Câmara.

De acordo com o relatório de Alessandro, o projeto determina que os planos de adaptação à mudança do clima estabelecerão medidas para integrar a gestão dorisco nas políticas públicas setoriais e temáticas e nas estratégias de desenvolvimento local, estadual, regional e nacional. Além de ressaltar a importância e a urgência da proposta, o senador informa que ela prevê o uso de instrumentos econômicos, financeiros e socioambientais para adaptação dos sistemas naturais, humanos, produtivos e de infraestrutura. Também prioriza o alinhamento com a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil e o estímulo a adoção de técnicas de agricultura de baixo carbono para garantir a segurança alimentar, hídrica e energética.

O texto prevê que o plano nacional de adaptação à mudança do clima deverá ser elaborado um ano após a publicação da lei, que indicará prazos para os planos estaduais e municipais, especialmente os municípios mais vulneráveis ambientalmente. Eles poderão contar com recursos do Fundo Nacional
sobre Mudança do Clima ( Lei nº 12.114, de 2009 ). O plano nacional incluirá outros instrumentos de financiamento, capacitação e cooperação internacional para o desenvolvimento, transferência e difusão de tecnologias e processos de adaptação. Caso o substitutivo do relator seja aprovado, a proposta voltará para a Câmara dos Deputados.

Aquecedores solares de água em residências

Outra proposta na pauta da CMA é o PL 3.492/2023 , de autoria do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que incentiva o uso de aquecedores solares de água para uso em residências. O projeto permite a utilização de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aquisição de sistemas solares térmicos.

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Pontes alega que “os chuveiros elétricos se constituem num dos maiores problemas do sistema elétrico brasileiro [pelo] elevado consumo em horários de usual sobrecarga de 17h a 20h". Lembra que “no Chipre o aquecimento solar de água está presente em 90% das residências, enquanto no Brasil ocorre em apenas 5% delas”.

O projeto obriga o poder público a divulgar anualmente a quantidade de estabelecimentos certificados com a utilização de incentivos governamentais, incluindo informações sobre porte, tipo, localização e economia de energia resultante. Além disso, a divulgação deve abordar os benefícios em termos de economia e redução de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Se aprovado pela CMA, o projeto ainda terá que passar pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), onde é terminativo.

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Debêntures verdes

Além de relator, o senador Alessandro é autor de outro projeto que consta na pauta da CMA. É o PL 4.464/2021 , que incentiva a emissão de debêntures verdes para projetos de investimento em desenvolvimento sustentável.

As debêntures verdes são instrumentos financeiros que direcionam recursos para investimentos com responsabilidade ambiental. Essa prática já é adotada em países como Egito, Indonésia e da União Europeia. O objetivo é estimular o fluxo de capital para projetos que contribuam para a proteção do meio ambiente. Embora elas existam no Brasil, estão previstas apenas em regulamento. Uma legislação específica, segundo Alessandro, trará maior segurança jurídica, atraindo mais investidores nacionais e estrangeiros.

O relator, senador Wellington Fagundes (PL-MT), alega que “a proposição promoverá o desenvolvimento sustentável ao impulsionar o número de projetos que possibilitam a proteção do meio ambiente”. Se aprovada pela CMA, a proposta segue para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).