As reclamações sobre a prestação de serviços da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) em Bento Gonçalves estão se acumulando devido a falha no abastecimento de água, principalmente na Zona Norte, além do alto valores das contas para diversos moradores. Com isso, o vereador Duda Pompermayer (PP) enviou uma indicação ao Prefeito Diogo Siqueira pedindo para que o Executivo aplique uma multa de R$ 3 milhões à empresa por não cumprir diversas cláusulas do contrato firmado com o município.
A falta de água em diversos bairros de Bento Gonçalves, com foco na Zona Norte, vem causando transtornos para muitos moradores e para reivindicarem outras soluções, muitos estão buscando a ajuda dos vereadores da cidade. Um deles é o parlamentar Duda Pompermayer (PP), que depois de receber muitas reclamações, decidiu enviar uma indicação ao Prefeito Diogo Siqueira pedindo que fosse elaborada e aplicada uma multa à CORSAN, por não cumprir diversas cláusulas do contrato de prestações de serviço junto a Prefeitura Municipal.
De acordo com o parlamentar, a situação chegou em um ponto insalubre. "Nós simplesmente cansamos, quando faltou água nesse fim de semana, eu reuni meu gabinete e decidi que temos que dar um basta nisso. Eu defendi também a municipalização do serviço, para ser uma empresa de Bento, mas a privatização já foi uma saída para tirar das mãos incompetentes do Estado e a ideia da multa vem ao encontro disso, a empresa privada vai visar o lucro, uma multa grande com certeza vai acender o sinal vermelho para os acionistas e vão investigar o que está acontecendo e alguma coisa eu tenho certeza que vai acontecer. É um problema de distribuição de abastecimento, dá pra resolver. Tem cidades com situações bem mais desafiadoras que conseguem resolver o problema, por que Bento não pode?," comenta Pompermayer.
O vereador também traz alguns relatos de cidadãos sobre a falta de água e como a situação vem prejudicando até a economia local. "Nós temos restaurantes, mercados e comércio que enviaram reclamações para nós, um deles foi de um estabelecimento da Zona Norte que não tinha água para lavar as louças e continuar atendendo os clientes, então tiveram que fechar e mandar os funcionários para casa. Relatos de moradores pedindo pra usar o banheiro e o chuveiro de pessoas do outro lado da cidade, de residentes do bairro Ouro Verde que, nessa história de falta de água, estourou um cano por causa da pressão; outras pessoas que chegaram a ficar cinco dias sem água, sem poder tomar banho, fazer higiene básica...é uma situação muito precária para uma cidade do nosso porte," conta Duda.
Além disso, Pompermayer revela que sempre tentou conversar com a CORSAN sobre esses casos, mas que cansou de tanta demora para a realização das melhorias prometidas. "A empresa é sempre muito atenciosa, nos recebe e nos atende muito bem, porém a gente já pede há três anos melhorias e a situação se mantém. Como vereador, fui presidente e criador de uma frente parlamentar sobre o tema, visitei a CORSAN, me apresentaram tanta coisa, estrutura de primeiro mundo, mas não reflete a realidade. Eles podem ter painéis de LED, telões tecnológicos, mas de nada adianta se eu abro a torneira e não sai água. Pedimos por anos um maior investimento no abastecimento, mais caixas d'agua e mais bombas para a questão da pressão da água e nada. Entendemos que pela nossa geografia é bastante desafiador, mas o nosso retorno sempre foi que estão acompanhando os casos, que a falta de água é pontual, que existem projetos de melhoria, mas estamos esperando que sejam executados, porém a espera tem se alongado por muito tempo," desabafa o vereador
Desta forma, o político propõe que fosse cobrado uma multa de milhões da Companhia. "Todos estão cansados de pagar essa conta, ninguém aguenta mais ficar sem água fim de semana sim, fim de semana não. No período de pandemia, foi feito um crime, pois a orientação era lavar as mãos e não tinha água. A multa tem que ser proporcional a todo o sofrimento dos últimos anos e esperamos que seja revertida em obras para as zonas mais afetadas. Penso em R$ 3 milhões, como Santa Maria fez desde 2018 quando esse problema começou por lá," opina Duda.
A indicação foi enviada ao Executivo na última segunda-feira, 19, e agora aguarda um parecer do Prefeito.