A saúde mental dos brasileiros vem recebendo mais atenção em anos recentes, especialmente a partir de 2020, quando o mundo teve de enfrentar a pandemia de covid-19. Segundo o Instituto Ipsos, 53% dos brasileiros relataram alguma deterioração na saúde mental naquele ano. Foi a quinta maior alta entre os 30 países pesquisados, levando empresas a implantar ações para diminuir o impacto dos distúrbios psicológicos no ambiente de trabalho.
Ume estudo empreendido pela consultoria Deloitte mostrou que, para 68% dos funcionários e 81% dos executivos, melhorar o bem-estar é mais importante do que progredir na carreira. Diante dessa informação, 80% das organizações consideram o bem-estar dos colaboradores uma parte crucial da sua estratégia de negócio, sendo que 61% planejam aumentar os seus investimentos em programas relacionados nos próximos anos. O objetivo é oferecer um clima organizacional saudável, favorecendo o melhor desempenho e aprimoramento das relações entre colaboradores – o que pode efetivamente diminuir os casos de transtornos psicológicos.
De acordo com a terapeuta comportamental Inês Telma, mestre Reiki que há 18 anos estuda e trata os aspectos físico, mental e espiritual das pessoas, as empresas finalmente estão se dando conta de que a cultura do bem-estar vai além da saúde física. “A abordagem holística reconhece a interconexão do bem-estar físico, mental, emocional e social dos indivíduos. Sendo assim, as empresas têm percebido cada vez mais a importância de se criar um canal de comunicação seguro para que os colaboradores possam expressar suas necessidades”.
Ao reconhecer a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, algumas companhias têm oferecido acordos flexíveis de trabalho, implantado programas de bem-estar que incluem aulas de ginástica, yoga, meditação, sessões de atenção plena, orientação nutricional e apoio à saúde mental. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada dólar investido em programas de bem-estar, as empresas podem esperar um retorno do investimento (ROI) de aproximadamente 4 a 6 dólares, devido à melhoria da produtividade e custos reduzidos.
Inês encara a saúde mental no local de trabalho como um desafio crescente no mundo todo, já que a depressão e a ansiedade estão diretamente relacionadas à perda de produtividade. “A pandemia agravou sintomas como estresse e insegurança, levando a um isolamento social jamais pensado daquela forma. O sofrimento causado por aquele novo modo de vida, aliado à incerteza de se perder entes queridos, ou até a própria vida, ainda está reverberando atualmente”.
A terapeuta diz que é necessário promover a comunicação aberta sobre saúde mental, eliminando o estigma e incentivando a procura de apoio quando necessário. “As empresas mais sensibilizadas têm investido na promoção do bem-estar e no acesso a serviços de saúde mental para enfrentar esse desafio no local de trabalho. Sendo assim, a adoção de terapias que promovam um alívio, reduzindo o estresse e o esgotamento é vista como um caminho sem volta rumo ao ganho de produtividade e satisfação”.
Em seu mais novo projeto de mentoria, Inês Telma trabalha as dez partes do ser traçando um paralelo com uma empresa. Segundo a terapeuta, cada indivíduo tem dez centros energéticos bem delimitados, relacionados com sua característica mental, física, sensorial etc. “Quando tratamos de cada instância como se fizesse parte de uma empresa, levando em conta desde as expectativas dos acionistas, a gerência, os estatutos, o esforço do marketing, e até mesmo clientes e produtos/serviços, conseguimos explicar claramente ao paciente como tudo está conectado e como cada parte depende da outra para que a ‘empresa’ prospere. Mais do que isso, quando há desequilíbrio a ‘empresa’ pode falir. Daí a importância de se buscar o equilíbrio e o bem-estar”.
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