O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), instituição vinculada à Secretaria da Cultura (Sedac), em parceria com a Fundação Iberê Camargo, apresentará, em 24 de fevereiro, a exposição Carlos Vergara - Poética da exuberância. A inauguração ocorrerá em eventos gratuitos e abertos ao público nas duas instituições. No MARGS, as visitas guiadas pelo artista e pelo curador terão início às 11h, e na Fundação Iberê, às 14h, e serão seguidas por uma conversa no auditório, às 16h.
A parceria entre as instituições é inédita e foi estabelecida em comemoração aos 70 anos do Margs, resultando em um projeto de formato inovador. A exposição, que aborda a produção e a trajetória de Carlos Vergara, foi dividida em duas partes, apresentadas simultaneamente na Fundação Iberê e no Museu. O curador Luiz Camillo Osorio, que acompanha a produção do artista gaúcho há muito tempo, foi convidado para organizar a exposição. Vergara é um dos principais nomes da arte brasileira.
Carlos Vergara - Poética da exuberância oferece uma retrospectiva da carreira do artista, reunindo mais de 90 obras provenientes de coleções do Rio de Janeiro e de Porto Alegre. Na Fundação Iberê, a seleção apresentada no 2º andar destaca a produção em desenho e pintura As obras produzidas desde a década de 1960, algumas delas expostas pela primeira vez, estão em destaque, como aquelas realizadas quando Vergara era assistente de Iberê Camargo no Rio de Janeiro. Já no Margs, a mostra ocupa duas salas do 2º andar e destaca os processos experimentais do artista envolvendo monotipia e pintura, com a reunião de trabalhos em grande formato que integram as séries São Miguel e Boca de forno.
Segundo o diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul,Francisco Dalcol, Vergara sempre se afirmou como gaúcho, mesmo não tendo vivido efetivamente no Estado, expressando assim sua vontade de ser reconhecido. Essa compreensão dos caminhos que ligam os artistas se renova em 2024 com a exposição conjunta realizada pelo Margs, pela Sedac e pela Fundação Iberê. O diretor-superintendente da Fundação Iberê,Emilio Kalil, destaca que as duas instituições prestam uma homenagem rara e inédita a Vergara, um artista de Santa Maria consagrado internacionalmente.
A exposição faz parte do programa expositivo História do Margs como História das Exposições, que aborda a memória da instituição ao revisitar episódios, eventos e exposições emblemáticas do passado, compreendendo sua inserção e recepção públicas. A exposição estará em exibição até 5 de maio, como parte da ampla programação comemorativa do aniversário de 70 anos do MARGS, iniciada em 2023.
O artista
Carlos Vergara nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 1941, mas mudou-se para São Paulo aos dois anos de idade. Desde 1954, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira nos anos 1960, sendo aluno e assistente de Iberê Camargo.
Após explorar o viés expressionista no desenho e na pintura, passou a absorver elementos gráficos e da cultura de massa, integrando a Nova Objetividade, uma manifestação politizada da pop art no Brasil. Nos anos 1960, participou de importantes exposições e eventos de vanguarda que evidenciaram a postura crítica dos artistas diante da realidade social e política da época.
Nos anos 1970, começou a explorar a fotografia e o filme, documentando festejos populares como o Carnaval. Em 1975, integrou o conselho editorial da revista Malasartes e, em 1977, participou da fundação da Associação Brasileira de Artistas Plásticos Profissionais.
Na década seguinte, retomou a pintura, pesquisando técnicas e processos experimentais e inovadores. Nos anos 1990, aprofundou o uso de elementos da natureza e minérios como pigmentos em suas obras. Desde então, a pintura e a monotipia têm sido o cerne de seu percurso de experimentação, resultando em obras contemporâneas caracterizadas pela inovação e expansão do campo da pintura.
Ao longo de sua carreira, Carlos Vergara participou de mais de 200 exposições, incluindo a Bienal de São Paulo, a Bienal de Veneza e a Bienal do Mercosul. Em 2015, apresentou sua mais recente exposição individual, Sudários, no Instituto Ling, em Porto Alegre.
O curador
Luiz Camillo Osorio é doutor em Filosofia pela PUC-Rio. Trabalha na área de Estética e Filosofia da Arte, com foco nas articulações entre arte, estética e política, autonomia e engajamento, teorias do gênio, desinteresse e sublime, curadoria, crítica e história da arte, e relações entre arte, museu e mercado.
Além de sua pesquisa acadêmica, atua como crítico e curador, sendo curador do Instituto PIPA desde 2016. Já foi curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Pavilhão Brasileiro na Bienal de Veneza.
Também realizou diversas curadorias independentes em instituições brasileiras e internacionais, e escreveu colunas de crítica de arte em jornais e revistas. Ele é membro de um grupo de pesquisa sobre Arte, Autonomia e Política junto com outros professores.
Serviço
O quê: Exposição Carlos Vergara - Poética da exuberância. Curadoria de Luiz Camillo Osorio
Onde: Margs e Fundação Iberê Camargo
Quando: De 24 de fevereiroaté 5 de maio. Os eventos de abertura são gratuitos e abertos ao público em geral.
Visitação:
Texto: Ascom Sedac
Edição Secom
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