Se não houver cura, que ao menos haja conforto”. Assim é o lema oficial do fevereiro roxo, uma das campanhas que fazem parte do calendário colorido de conscientização à saúde mas que, diferente do outubro rosa ou setembro amarelo, tem o foco voltado para a visibilidade de três tipos de doenças: lúpus, Alzheimer e fibromialgia.
A escolha dessas condições como temáticas centrais do fevereiro roxo não é por acaso e a própria frase que representa a campanha já revela uma das semelhanças. Apesar de possuírem mecanismos patológicos, sintomas e tratamentos diferentes, todas compartilham do desafio de serem doenças crônicas sem cura e com difícil diagnóstico.
O diagnóstico precoce como protagonista
Desde a sua criação em 2014 no estado de Minas Gerais, a campanha do fevereiro roxo concentra seus esforços na detecção precoce dessas doenças como uma medida que pode aumentar significativamente a qualidade de vida dos portadores.
“O diagnóstico em estágio inicial é fundamental para evitar quadros severos que podem desencadear sequelas ou lesões em áreas importantes, como os rins, fígado e até no coração”, explica Marco Antônio Araújo da Rocha Loures, atual presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a respeito do lúpus.
A falta de conhecimento por parte do público é um obstáculo, mas Marco Antônio complementa que a similaridade de sintomas também é um dos motivos que dificultam os diagnósticos. “As doenças reumáticas, pelo menos, têm muita proximidade uma com a outra, fazendo com que apresentem os mesmos sinais de febre, dor muscular, fraqueza e falta de apetite. Além disso, cada condição pode variar muito de pessoa para pessoa.”.
Com o Alzheimer não é diferente: por ter uma incidência maior entre a população idosa e progredir gradualmente, sintomas como lapsos de memórias e confusão são geralmente atribuídos ao envelhecimento normal. Além disso, não existe um teste único para constatar a doença, sendo necessário uma ampla avaliação clínica envolvendo o histórico médico da família, exames neurológicos e testes cognitivos para chegar ao resultado.
anto para o Alzheimer quanto para as doenças reumáticas como o lúpus e a fibromialgia, a recomendação é de estar atento aos sinais e procurar avaliação médica o mais rápido possível. Saiba mais sobre cada uma delas:
Lúpus
Apesar de não existirem dados exatos, a SBR estima que 150 a 300 mil brasileiros sofram com o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). A condição é desproporcionalmente mais comum em mulheres, acometendo 1 a cada 1700. Os motivos ainda não são completamente conhecidos, mas estudos já comprovam que a influência da terapia de reposição hormonal com estrogênio pode ser um fator desencadeante da doença.
O lúpus é considerado autoimune por fazer os anticorpos produzidos pelo sistema imunológico atacarem os próprios órgãos e tecidos do corpo. Os sintomas variam entre:
- Lesões de pele avermelhadas que podem surgir no rosto em formato de borboleta;
- Dores na articulações;
- Feridas na boca;
- Inchaço nos membros;
Acometimento nos rins (nefrite);
Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que vem ganhando atenção pelo alto número de casos registrados: no Brasil, cerca de 1,2 milhões de pessoas vivem com demência e a previsão é de aumento nas próximas décadas. Essa condição ocorre majoritariamente em pessoas acima dos 65 anos e progride lentamente com o passar do tempo, afetando cada vez mais o cérebro e comprometendo a capacidade de realizar tarefas simples.
Entre os sintomas:
- Problema de memória;
- Dificuldade de comunicação;
- Alterações de humor e personalidade;
- Dificuldade de concentração;
Fibromialgia
Assim como o lúpus, a fibromialgia é uma condição reumatológica sem causa única que costuma ocorrer em mulheres. Ela é caracterizada por dor generalizada nos músculos e tecidos ao redor das articulações. Geralmente, o diagnóstico é baseado na presença dessa dor por mais de 3 meses e após o descarte de outras doenças. A fibromialgia também podem incluir outros sintomas, como:
- Fadiga;
- Alterações de humor;
- Dor intensa ao toque;
- Distúrbios do sono;