A juíza Anabel Pereira, atuante na comarca de Montenegro, aceitou nesta sexta-feira, 9 de fevereiro, a denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual, que acusa Alexsandro Alves Gunsch, de 48 anos, pelo assassinato de Débora Michels, sua companheira de 30 anos e personal trainer. Débora foi encontrada morta no dia 26 de janeiro, em circunstâncias macabras, diante da casa de seus pais. O crime chocou a comunidade do município na região do Vale do Caí.
Alexsandro Gunsch agora enfrentará o tribunal sob a acusação de homicídio qualificado, com agravantes que incluem feminicídio – caracterizado pelo assassinato de uma mulher em contexto de violência doméstica e familiar –, motivo torpe, meio cruel e uso de recursos que impediram a defesa da vítima.
De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério Público, o crime foi executado de maneira premeditada na residência do casal, por volta das 3 horas da manhã do dia 26 de janeiro. Alega-se que Gunsch estrangulou Débora, levantando-a do chão até que ela desfalecesse, motivado pela não aceitação do término de seu relacionamento com a vítima.
Posteriormente, ele teria colocado o corpo de Débora em seu veículo, abandonando-o em frente à residência dos pais da mesma. A denúncia aponta o sentimento de posse do réu sobre a vítima como fundamento do motivo torpe. A causa da morte, conforme atestada pela certidão de óbito, foi asfixia mecânica.
A juíza Anabel Pereira, ao aceitar a denúncia, declarou que existem indícios consistentes de autoria e materialidade do crime, baseando-se em evidências coletadas durante a investigação preliminar.
Após ser notificado da decisão judicial, Alexsandro Gunsch terá um prazo de dez dias para apresentar sua defesa. Atualmente, ele encontra-se preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Canoas I, aguardando o andamento do processo, que corre em segredo de justiça.
Este caso reacende o debate sobre a violência doméstica e o feminicídio no Brasil, destacando a importância da adoção de medidas mais eficazes para a proteção das mulheres e da necessidade de uma resposta rápida e efetiva do sistema judiciário diante de tais crimes.
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