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O consumo do vape em debate: Efeitos na saúde mental e regulamentarização

A modelo Yasmin Brunet, participante do BBB na TV Globo, abriu discussões ao admitir sentir os efeitos da ausência do vape, evidenciando os desafios enfrentados durante a abstinência.

30/01/2024 às 11h44 Atualizada em 30/01/2024 às 13h53
Por: Renata Oliveira Fonte: Agência Dino
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O consumo do vape em debate: Efeitos na saúde mental e regulamentarização

O consumo de cigarros eletrônicos no Brasil volta à cena no início de 2024, trazendo à tona preocupações sobre a dependência desses dispositivos. A modelo Yasmin Brunet, participante do BBB na TV Globo, abriu discussões ao admitir sentir os efeitos da ausência do vape, evidenciando os desafios enfrentados durante a abstinência.

"Estou sem dormir. Estou sem meu vape. Estou quase indo ali fumar um cigarro", confessou Yasmin durante uma conversa com a cantora Wanessa Camargo. A dependência do cigarro eletrônico, assim como a do cigarro convencional, pode causar oscilações no apetite, perturbações no sono e instabilidade de humor. Diante dos sintomas da abstinência, Yasmin passou a fumar cigarros convencionais no programa.

Apesar de ser considerado por alguns como uma alternativa menos prejudicial à saúde em comparação ao cigarro comum, o vape apresenta um potencial maior para viciar o usuário. A médica psiquiatra Carolina Costa, do PROJAD/IPUB e Serviço de Psiquiatria do Hospital Clementino Fraga Filho/UFRJ, alerta que a regulação emocional é fortemente impactada pelo consumo de nicotina.

Durante o Summit de Saúde Respiratória promovido pela Associação Crônicos do Dia a Dia (CDD), Costa enfatizou que os picos e vales nos níveis de nicotina geram ansiedade, tornando-se um mecanismo evitativo. Ela ressaltou que os cigarros eletrônicos, devido à grande quantidade de nicotina e sua meia-vida curta, não contribuem para melhorar o mal-estar emocional causado pela falta da substância.

A mestre em Psiquiatria e colaboradora do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo do IDT/UFRJ destacou a importância de substituir o cigarro (eletrônico ou convencional) por alternativas com meia-vida mais duradoura, como os adesivos de nicotina. No Brasil, esses adesivos são disponibilizados gratuitamente como parte do tratamento.

A discussão sobre o consumo de cigarros eletrônicos no Brasil envolve a regulamentação. Em julho de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) manteve a proibição à comercialização desses produtos, que está em vigor desde 2009. O Senado também realizou uma consulta pública para conhecer a opinião da população sobre o consumo e venda de vapes no país. Em audiência na Câmara dos Deputados em agosto do ano passado, a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Margareth Dalcolmo, informou que existem dois milhões de usuários de cigarros eletrônicos no Brasil.

Além das medidas regulatórias, especialistas recomendam o tratamento da dependência com substitutos de nicotina de meia-vida mais longa, enquanto ressaltam a importância de uma abordagem multidisciplinar que inclui psicoterapia, alimentação saudável e prática de atividades físicas para apoiar os indivíduos nesse processo. A associação Crônicos do Dia a Dia (CDD), uma organização sem fins lucrativos, busca promover o diálogo como uma forma de apoio para aqueles que vivem com condições crônicas, visando ampliar as perspectivas de vida dessas pessoas.

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