Dona de escola e três funcionárias são denunciadas por tortura a crianças

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) apresentou nesta segunda-feira, 29 de janeiro, uma denúncia contra a proprietária e três ex-funcionárias da Escola Maternal Colorindo o Mundo, em Caxias do Sul, na Serra. As acusadas estão envolvidas em um grave caso de violência contra crianças de seis meses a três anos de idade.

Segundo a denúncia, as funcionárias cometeram atos de tortura, empregando violência física e psicológica contra os pequenos alunos. A proprietária da escola, por sua vez, foi denunciada por omissão diante dessas condutas. A promotora de Justiça Adriana Chesani, responsável pelo caso, fundamentou a denúncia em depoimentos de pais e responsáveis, além de análises detalhadas de mais de uma centena de vídeos registrados pelas câmeras de segurança da creche.

Uma das acusadas, uma jovem de 20 anos, foi presa em janeiro, enquanto outra está foragida após a expedição de um mandado de prisão. As outras duas ex-funcionárias respondem em liberdade, sob medidas cautelares que, se descumpridas, podem levar a pedidos de prisão. A situação ganhou notoriedade no início de novembro do ano passado, quando um dos pais conseguiu imagens chocantes mostrando crianças sendo agredidas e arrastadas.

Em dezembro, as quatro mulheres foram indiciadas pela Polícia Civil. Seguido a isso, a escola infantil foi fechada, e as funcionárias foram demitidas. A creche, sendo uma instituição privada, teve seus alunos transferidos para outros estabelecimentos educacionais.

Além das ações na esfera criminal, o MPRS está oferecendo atendimento para acolhimento e orientação aos pais e responsáveis das vítimas, garantindo apoio contínuo até a conclusão do processo, que tramita em segredo de Justiça.

“A maneira como essas crianças foram tratadas é absolutamente inaceitável e tem potencial para causar danos psicológicos profundos e traumas duradouros”, afirmou a promotora Adriana Chesani. Ela também destacou que solicitou a fixação de valores para indenização pelos danos morais causados às vítimas, reiterando o compromisso do MPRS em buscar justiça e reparação para as famílias afetadas.