O Centro de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul emitiu um alerta após a confirmação de um caso importado de sarampo no estado. O paciente em questão é um menino de 3 anos, que chegou ao município de Rio Grande no dia 27 de dezembro, vindo do Paquistão, país onde a doença tem circulação endêmica.
A família do menino desembarcou no Brasil em 26 de dezembro, passando pelos aeroportos internacionais de São Paulo e Porto Alegre, antes de finalizar a viagem por meio de transporte rodoviário até Rio Grande. O Centro de Vigilância informou que, segundo as investigações, a criança não estava no período de transmissibilidade do sarampo durante o trajeto.
A situação se agravou no dia 2 de janeiro, quando a família buscou atendimento em uma unidade de pronto-atendimento (UPA) devido a dor abdominal e febre apresentadas pelo menino. Posteriormente, o paciente foi transferido para o hospital universitário, onde permaneceu em isolamento. Inicialmente, a suspeita era de malária, mas em 4 de janeiro, o paciente desenvolveu exantema e manchas na pele, sintomas característicos do sarampo.
O Centro de Vigilância em Saúde informou que uma série de exames foram realizados, incluindo testes para dengue, malária, leptospirose e painel de vírus respiratórios, todos com resultados negativos. Contudo, a sorologia (IgM) para sarampo e o teste de Rt-PCR (biologia molecular) foram reagentes, confirmando o diagnóstico de sarampo. O resultado final foi liberado esta semana.
Vacina
Diante da confirmação, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, em nota, reforçou a recomendação de aplicação da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças a partir de 1 ano e até os 59 anos, conforme calendário nacional de vacinação.
“Com a suspeita, foi realizado bloqueio vacinal seletivo nos familiares, vizinhos e profissionais da saúde. A criança está bem e seus familiares não apresentaram sintomas. O município segue monitorando atendimentos por febre, exantema e tosse ou coriza ou conjuntivite, sem nenhuma identificação de caso suspeito.”
O esquema vacinal completo do sarampo consiste em duas doses até os 29 anos ou uma dose para adultos de 30 a 59 anos. Em crianças, a vacinação deve ocorrer aos 12 e aos 15 meses. Profissionais de saúde devem realizar duas doses independentemente da idade. Em situações de bloqueio vacinal, a vacinação seletiva é recomendada para todos com idade acima de 6 meses.
Casos
Dados da secretaria indicam que, no Rio Grande do Sul, os últimos registros de sarampo foram feitos em abril de 2020, quando 37 casos foram contabilizados. O estado, segundo a pasta, tem cobertura vacinal contra a doença de 92%. A recomendação do Ministério da Saúde é que a taxa se mantenha em 95%.
“Nas últimas semanas, vários países, como México, Estados Unidos, Reino Unido e Portugal, emitiram alertas após a confirmação de casos, com o óbito de uma criança de 19 meses na província de Salta, Argentina, sem histórico de deslocamento. No Brasil, os últimos casos confirmados foram em 2022 no Rio de Janeiro, Pará, Amapá e São Paulo”, informou a secretaria.
A doença
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, especialmente grave em menores de 5 anos, imunodeprimidos e desnutridos e extremamente contagiosa, que infecta nove a cada 10 pessoas suscetíveis após exposição ao vírus. Ela é transmitida de forma direta, através de secreções ao tossir, espirrar ou falar. Casos suspeitos devem ficar em isolamento respiratório e fazer uso de máscara cirúrgica desde o momento da triagem nos serviços de saúde.
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