Além da contribuição para o bem-estar – já que pode ajudar a reduzir os níveis de estresse e ansiedade – ter um aquário dentro de casa tem se convertido em um elemento importante do paisagismo, já que incorpora diferentes tipos de vegetação, rochas e raízes em sua composição. O aquapaisagismo tornou-se uma tendência e vem ganhando espaço cada vez mais frequente nas residências e escritórios. A técnica une decoração e paisagismo, que levam a natureza para qualquer ambiente em composições impressionantes.
Mas não foi assim que tudo começou. Segundo o arquiteto Lucas Issey, da Y Arquitetos, os aquários ganharam espaço nas casas na década de 1920. “O Brasil ainda importava os gostos e maneirismos europeus e norte-americanos. Os cassinos, as grandes galerias, as mansões europeias foram carregadas pelo simbolismo e a cultura do excesso. Transportar todo um ecossistema para dentro de sua casa era um artigo de luxo.
É mais recente o movimento que deu mais espaço aos aquários, agora com uma nova pegada, a do aquapaisagismo. Nele, “os peixes são coadjuvantes, eles têm que compor a paisagem”, explica Luca Galarraga, arquiteto e sócio da Aquabase, especializada neste tipo de paisagismo.
São centenas de opções e variedades de plantas em cores e tamanhos distintos, que podem ser aliadas a rochas, pedras e outros itens, criando composições. Quem opta por um aquário planejado a partir deste tipo de paisagismo seleciona um local de destaque, respeitando algumas exigências. “O aquário tem algumas limitações, como não ficar em locais muito claros. Devem ser usadas luminárias específicas, porque a iluminação interfere e pode trazer algas indesejadas.
Muitos aspirantes a aquaristas começam sua procura pelo item pensando na versão com água salgada, mas os altos custos financeiros e de tempo dispensa dos com a manutenção podem ser um impeditivo. O sócio da Aquabetta, Mario Faria Jr., estima que, atualmente, não mais do que 15% dos seus clientes sejam adeptos dos aquários marinhos. “A água salgada impressiona mais, porque os animais são muito mais coloridos, mas este tipo de aquário costuma custar até quatro vezes mais do que os de água doce”.
A diferença se deve à maior quantidade de equipamentos para manutenção da salinidade da água, conforme explica Galarraga. “Nos aquários marinhos, quase tudo é criado artificialmente pelo aquarista – ele precisa fazer a água salgada através de sais e de filtros. E o aquário de água salgada é um meio mais instável” diz ele, exemplificando que, caso fique sem energia elétrica por cerca de quatro horas, os peixes podem começar a morrer. “Quando acaba a energia, as bombas de circulação que movimentam a água param de funcionar, então começa a não ter mais a oxigenação natural”.
Já o aquário de água doce tem na vegetação e na variedade de opções um de seus grandes diferenciais. Segundo Faria, há quase uma dezena de modelos possíveis. “Há diferentes condições físico-químicas na água entre um rio e outro, por isso, há grupos de peixes com necessidades diferentes, há os que gostam de água mais ou menos ácida, mais ou menos alcalina, por exemplo”.
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