Você sabia que o Clube Esportivo foi nomeado assim pois contemplava não somente o futebol, mas sim um outro esporte, o tênis? Você tinha conhecimento que o clube já enfrentou a Seleção Brasileira? Sabia que, para se deslocar até a cidade vizinha para os primeiros jogos do clube, os atletas utilizavam cavalos e carroças? Muito além da história do que aconteceu dentro das quatro linhas, o livro em homenagem aos 100 anos do Clube Esportivo vai trazer diversos fatos históricos que contam a evolução do clube, do futebol e do município de Bento Gonçalves.
O livro "Um século Alviazul" terá a autoria do jornalista Fabiano Mazzotti e do escritor e ex-radialista Alceu Salvi Souto, autor do primeiro livro do clube, editado em 1996. Ao contrário do Almanaque Alviazul, lançado no almoço que comemorou a passagem do Centenário do clube, no dia 24 de agosto, a obra terá em sua composição histórias que vão além do que ocorreu nos gramados. Através do material histórico já existente, como a ata de fundação, e dos relatos de pessoas que vivenciaram as mais diversas épocas do clube, Mazzotti almeja transferir ao papel histórias que surpreendam o torcedor e os leitores.
Segundo Mazzotti, a data oficial da fundação do clube é no dia 24 de agosto de 1919. Ele explica que o surgimento do clube partiu do pressuposto de que a cidade não possuía nenhum clube de futebol, ao contrário das cidades vizinhas. "O Esportivo surgiu para preencher um espaço em branco na cidade que era a existência de um time de futebol oficial para representar Bento em competições”, comentou.
Nos primeiros anos de existência, o "Club Sportivo" não possuía somente a prática futebol, mas também o tênis. "O nome do Esportivo está consolidado como Esportivo, mas na realidade, quando surgiu, ele era Club Sportivo Bento Gonçalves, um clube de esportes cujo nome é Bento Gonçalves, era um clube para a prática de esportes”, explicou Mazzotti.
As informações que não se resumem somente em partidas de futebol dentro das quatro linhas serão muito bem exploradas pelo livro do Centenário. Segundo o escritor, o objetivo da obra é mostrar como era o dia-a-dia do clube no passado, as peculiaridades da época. "O esforço que está se fazendo é para contar não apenas a história de jogos de futebol, estamos tentando transferir para o papel informações que impressionem os torcedores de hoje. Há peculiaridades da história do Clube Esportivo desses período muito distantes que são inacreditáveis para esse futebol moderno que vivemos hoje", ressalta.
Como exemplo, Mazzotti explica que, nos primeiros anos, havia uma dificuldade muito expressiva em marcar jogos com as equipes das cidades vizinhas. "Tinham poucos jogos no início da fundação do Clube Esportivo, pois eles tinham dificuldades de combinar jogos com os times de outros lugares. Hoje nós pegamos o telefone, de forma instantânea consegue manter um contato e combinar um jogo para daqui dois dias, naquele tempo não", comenta.
O deslocamento para os confrontos fora de casa também foi um grande desafio enfrentado pelos atletas da época, que percorriam longos trajetos a cavalo ou carroça para enfrentar os adversários. "Foram de trem, de cavalo, de carroça, é um pouco difícil de imaginar aqueles jogos naquele tempo. Quando se ia jogar em Caxias, se ia de trem até lá, se disputava a partida e à noite tinha um baile para os atletas e voltava apenas no dia seguinte. Quando o time ficava mais tempo na cidade, muitas vezes o anfitrião presenteava a equipe visitante com entradas para o cinema. Então acabava sendo muito mais do que só futebol", afirma Mazzotti.
A obra "Um Século Alviazul" deverá ser lançada até o final do ano. O Almanaque Alviazul, de Gustavo Cortês, já está à venda na secretaria do clube e em livrarias do município.
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