O preço da uva para a safra de 2023/2024 estará a R$ 1,50 com 15º glucométricos, sete centavos a menos que o valor da safra de 2022/2023, cujo preço ficou em R$ 1,57. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves, Cedenir Postal, o valor ficou significativamente abaixo do custo de produção, que está em R$ 1,58 conforme apurado pela Comissão Interestadual da Uva.
O valor divulgado pelo Governo Federal foi lamentado pela Comissão e pelos produtores rurais, que tiveram perdas na produção por conta dos últimos episódios climáticos que atingiram a região da Serra Gaúcha. "A gente vê com preocupação. O nosso custo de produção está em R$ 1,58, e no nosso entendimento deveria ficar no mínimo nesse valor. Não concordo com esse valor de 1,50 e lamentamos enquanto Comissão Interestadual da Uva", pondera.
Conforme Cedenir, há uma preocupação eminente por parte dos produtores devido às condições climáticas, com quebra de safra prevista em cerca de 30%. "Esse ano está bastante complicado. Temos uma preocupação muito grande por parte dos produtores que, além dos custos normais da safra, têm um aumento devido ao clima, os tratamentos precisam ser mais constantes. Depois de toda essa situação climática que a gente vivenciou até agora, com certeza dificultou ainda mais a vida desse produtor", explica.
Além da queda no preço mínimo, o vitivinicultor ainda pode sofrer com o descumprimento da prática deste valor por parte das vinícolas e cooperativas, como relata o presidente do Sindicato. "No ano passado, mesmo com o preço em R$ 1,57, muitas das vinícolas não praticaram esse valor. Elas praticaram valores menores do que isso. Agora o trabalho é para que se cumpra o preço mínimo. Na safra passada a média praticada foi de R$ 1,40, bem abaixo do preço mínimo", salienta.
Além disso, o presidente da entidade afirma que o sindicato está trabalhando para que os prazos de pagamento sejam mais breves aos trabalhadores rurais. "Hoje nós temos prazos muito longos para o recebimento da uva", afirma Cedenir.