Na quinta-feira (23/11), ocorreu a cerimônia de premiação dos vencedores do Prêmio Sema - Fepam de Jornalismo Ambiental 2023, no Espaço Fábrica do Futuro, em Porto Alegre. O evento é uma realização do governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), em parceria com a Secretaria de Comunicação (Secom).
O prêmio reconhece as produções jornalísticas que abordam as boas práticas ambientais. Nesta segunda edição, incentiva a divulgação de iniciativas inovadoras e ambientalmente positivas, para as atuais e futuras gerações, com a temática "Inovação ambiental no presente para o futuro”. Ao destacar inovações ambientais, o jornalismo desempenha um papel crucial na conscientização, educação e promoção de mudanças positivas na forma de interação com o meio ambiente.
“A comunicação é um dos eixos da gestão do governador Eduardo Leite e igualmente relevante para a Sema. Almejamos comunicar bem o nosso papel diante do meio ambiente. Falamos isso para que a sociedade gaúcha reconheça a secretaria como uma importante peça na formulação de políticas públicas que garantem um mundo melhor”, disse a titular da Sema, Marjorie Kauffmann.
“Hoje é motivo de comemoração. Os 156 inscritos deste ano mostram o quanto o nosso prêmio está crescendo. Tivemos um aporte financeiro maior destinado aos vencedores, demonstrando que estamos criando um espaço para novas edições, independente do governo, que seja um prêmio de Estado. Que essa premiação sirva, também, como meio de aproximação com os veículos de comunicação”, concluiu a secretária.
O secretário-adjunto da Secom, Alexandre Elmi, disse sentir orgulho da parceria entre a Sema e a Secom em um projeto que incentiva as produções jornalísticas de boas práticas ambientais, desejando longevidade ao prêmio.
O presidente da Fepam, Renato Chagas, lembrou que, em tempos de farta distribuição de notícias falsas e não checadas, o trabalho da imprensa, principalmente na área ambiental, exige uma apuração séria das informações, para que haja credibilidade dos profissionais envolvidos. “Possuímos uma relação de dependência mútua, na medida em que somos detentores da informação mais técnica, e cabe ao jornalista interpretar e decodificar os dados, para que a população tenha a real compreensão dos fatos”, afirmou.
Diante dos desafios de sustentabilidade global, a relação entre inovação ambiental e jornalismo possui relevância, ainda maior, na medida em que os comunicadores têm o papel de informar o público sobre as inovações e avanços tecnológicos do campo ambiental – como, por exemplo, a produção de uma nova matriz energética ou soluções para a crise climática. No campo da comunicação investigativa, a exposição de práticas prejudiciais ao meio ambiente contribui para incentivar a responsabilidade e a transparência ambiental de governos e sociedade civil, motivando, inclusive, mudanças de políticas públicas e comportamentos.
Para o jornalista Cid Martins, vencedor da categoria Radiojornalismo – com a reportagem “Crimes Ambientais: O preço da multa não paga” –, a premiação é importante por dois aspectos. Além de valorizar o jornalismo factual do dia a dia, ele premia os trabalhos de reportagem que buscam o porquê de determinado fato, aponta as causas e, mais ainda, a prevenção. “O meio ambiente não deve ser pauta somente quando existe um problema. Essa pauta deve ser preventiva, não somente gerenciadora de crises. Deve servir como gestão de prevenção”, completou Martins.
Uma das idealizadoras do prêmio, a jornalista e coordenadora de Comunicação da Sema, Vanessa Trindade, apontou a situação atual que o Estado vive, e reafirmou a valorização do trabalho jornalístico. “Neste momento de eventos climáticos extremos e desastres naturais, é necessário que a informação chegue de forma célere e íntegra até a sociedade gaúcha. Reconhecer, valorizar e premiar o trabalho da imprensa motiva, cada vez mais, a existência perene dessa premiação”, pontuou a coordenadora.
O trabalho da campeã da categoria Jornalismo Impresso, Janaína Wille, retratou o período de estiagem que atingiu o Estado no início deste ano. Apresentou opções de plantações sustentáveis e projetos de proteção de nascentes, para garantir o abastecimento de água na zona rural da região central do Rio Grande do Sul. “Esse reconhecimento nos motiva a continuar em busca de soluções para os efeitos negativos de eventos climáticos extremos. Hoje, presenciamos períodos de enxurradas, mas vivemos muitos períodos recentes de seca e estiagem; portanto, tenho preocupação com o papel que exerço como jornalista”, disse Janaína. “A premiação nos incentiva na busca de soluções e de apontamentos, para melhorar e minimizar esses impactos. Não vamos impedir os acontecimentos, enfim, são questões climáticas, mas buscaremos medidas para mitigar essas ocorrências. Essa foi a razão da minha reportagem”, falou.
As produções foram divididas em categorias de Jornalismo Impresso, Radiojornalismo ou Podcast, Telejornalismo, Webjornalismo, Fotojornalismo e Jornalismo Universitário. As categorias foram subdivididas em nove microtemas: mitigação das emissões de gases de efeito estufa; agropecuária de baixo carbono; energia limpa e renovável; proteção das espécies nativas do RS; geoparques; educação ambiental; gestão de resíduos; enfrentamento da estiagem; gestão das águas na recuperação dos rios e nascentes. A cada edição, os microtemas são reavaliados e atualizados, conforme assuntos mais recorrentes da sociedade.
A segunda edição recebeu mais de 150 trabalhos inscritos, que foram avaliados e selecionados por uma comissão julgadora composta por 12 profissionais da comunicação e nove técnicos da Sema/Fepam. O julgamento dos trabalhos ocorreu no período de 5 de setembro a 2 de outubro.
Os vencedores receberam certificados, troféus e prêmios em dinheiro que variam de R$ 500 a R$ 6 mil reais, com recursos do Fundo Estadual do Meio Ambiente. Os primeiros, segundos e terceiros colocados de cada uma das categorias profissionais receberam, respectivamente, R$ 6 mil, R$ 4 mil e R$ 2 mil. A categoria Universitária recebeu R$ 700, R$ 600 e R$ 500 para primeiro, segundo e terceiro colocados.
Como na edição anterior, os troféus entregues foram produzidos por apenados do Complexo Penitenciário de Canoas, numa parceria entre a Sema e a Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), consolidando as pautas ambiental e social no uso de mão de obra prisional.
As peças, em formato de quero-quero (ave símbolo do Estado), receberam nomes de ambientalistas gaúchos que contribuíram de diversas maneiras para a preservação e conscientização ambiental no Rio Grande do Sul. São eles: Henrique Luis Roessler, José Lutzenberger e Magda Renner.
O prêmio contou com o apoio institucional da Associação Riograndense de Imprensa (Ari), da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert) e da Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos (Arfoc).
Impresso
Radiojornalismo/Podcast
Telejornalismo
Webjornalismo
Fotojornalismo
Jornalismo Universitário
Texto: Ascom Sema
Edição: Camila Cargnelutti/Secom
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