A paciente Maria Leopoldina foi diagnosticada com mal de parkinson e conseguiu, por meio do Sistema Único de Saúde, atendimentos na Associação dos Deficientes Físicos (ADEF) de Bento Gonçalves para ter uma melhor qualidade de vida. No entanto, o que justamente lhe proporcionava evolução em termos de diminuir o impacto ocasionado pela doença se findou em outubro. Isso porque a entidade teve os atendimentos encerrados com os pacientes via SUS após a finalização do projeto junto ao PRONAS/PCD, do Ministério da Saúde. Com isso, ela e outras cerca de 70 pessoas com deficiências neurológicas associadas ficaram sem apoio e voltaram para a fila de espera do SUS.
A entidade está aguardando a publicação do edital do Credenciamento da Prefeitura Municipal para se inscrever e tentar a aprovação para a retomada dos atendimentos. No entanto, a espera parece interminável. Sem dar prazos concretos, o poder público ainda não lançou o edital, deixando os pacientes sem o apoio da ADEF, impactando no desenvolvimento para ter uma melhor qualidade de vida diante das limitações.
Maria Leopoldina, por exemplo, realizava consultas na fonoaudióloga e na psicóloga. Conforme o seu marido, Luis Carlos Coleraux, os atendimentos a auxiliavam de forma significativa em meio as dificuldades impostas pela doença. "Nós tínhamos atendimento aqui na ADEF que ela estava necessitando de fonoaudióloga, psicóloga, e perdemos esse benefício. Entramos com pedido e foi negado. Estamos batlahando para reaver essa ajuda que é muito necessária. Faz muita falta. Como o SUS tem uma demanda muito grande, então demora anos para conseguir. Não vai mudar o que ela tem, mas vai manter uma qualidade melhor de vida para ela", relata.
Recentemente, em meio a esse grave problema enfrentado e enquanto mais de 70 pacientes ficaram sem atendimentos, assim como Maria Leopoldina, a prefeitura inaugurou a praça da inclusão ao lado da ADEF. Conforme o prefeito Diogo Siqueira, o credenciamento está em andamento, porém, até agora, o edital, que se arrasta a mais de um mês desde que os atendimentos foram encerrados, ainda não foi publicado e não há nenhuma previsão.
"Para o atendimento de neurologia já estamos abrindo um novo credenciamento. Isso era uma verba federal, infelizmente acabou esse recurso e o que a prefeitura vai fazer é absorver esse atendimento como sempre fizemos. A prefeitura tem o interesse em ter esses atendimentos para todos nossos cidadãos e vamos fazer isso", explicou.
Quando perguntado sobre o prazo, Diogo disse que não sabia a data que será publicado, mas afirmou que o Credenciamento está sendo encaminhado. "Quando acontece esse tipo de situação, não adianta acharmos culpados em Braília, o que temos que fazer é resulver essa situação e é o que vamos fazer entre prefeitura em conjunto com a ADEF", comentou.
Além da demora para o lançamento do edital, as entidades e empresas ainda terão que se inscrever e passar pela avaliação para serem aprovadas ou não. Esse período deve se estender significativamente, ou seja, os atendimentos podem não ser retomados no ano de 2023.
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