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17º Seminário do Primeira Infância Melhor celebra conquistas e propõe reflexões sobre infâncias
Com a temática “As infâncias de hoje e do futuro”, ocorreu, nesta segunda-feira (20/11), o 17º Seminário do Primeira Infância Melhor (PIM), na Casa...
20/11/2023 18h10
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Secom RS

Com a temática “As infâncias de hoje e do futuro”, ocorreu, nesta segunda-feira (20/11), o 17º Seminário do Primeira Infância Melhor (PIM), na Casa da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), em Porto Alegre. O evento, que contou com a presença do governador Eduardo Leite, integra a 21ª Semana Estadual do Bebê. O seminário marcou as duas décadas de existência do programa no Rio Grande do Sul com falas emocionadas, premiações e momentos lúdicos ao longo da programação.

O governador ressaltou que falar sobre o programa mexe com as emoções. “O PIM é muito importante para o Rio Grande do Sul, tanto que já atravessou mandatos e este ano completou 20 anos de existência. Por este motivo, reforçamos que a política da primeira infância também precisa ser contemplada com melhorias e avanços”, destacou Leite. “Nada disso seria uma realidade se não houvesse gente que se mobiliza e acredita na transformação social que se faz a partir da infância. Vocês mudam o mundo em cada criança que é atendida”, afirmou.

A secretária da Saúde, Arita Bergmann salientou a missão do governo do Estado em tornar o PIM gigante. “Conseguimos ampliar a atuação graças a gestores comprometidos com a primeira infância. Hoje o PIM está presente em 489 municípios, sendo 430 habilitados e mais 59 em processo de adesão. Gostaria de parabenizar e agradecer a colaboração do trabalho realizado em parceria com as prefeituras, mas, principalmente, na figura do visitador, que está em contato direto com as famílias, ouvindo e planejando”, disse. “O que se faz nos primeiros anos se leva para toda a vida, por isso o PIM é um exemplo de sucesso no cuidado com as famílias e crianças”, completou a secretária, ao referir que a metodologia gaúcha é replicada em outros estados.

No início da solenidade de abertura, crianças do PIM de Canoas cantaram parabéns pelo aniversário do programa no palco. Na sequência, autoridades entregaram o prêmio Salvador Célia às vencedoras. Na categoria Agente Comunitária de Saúde, venceu a visitadora Ivonete Adriana de Moura, do município de Vera Cruz. “Desejo um futuro possível, com inclusão de verdade”, disse Ivonete.

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No palco, crianças do PIM de Canoas cantaram parabéns pelo aniversário do programa -Foto: Maurício Tonetto/Secom

Na categoria Visitadora do PIM/Programa Criança Feliz, Alice Pereira da Silva, de Passo Fundo, foi a ganhadora pelo segundo ano consecutivo. “Precisamos olhar para recortes de cor e gênero e lutar pela redução da desigualdade social para garantir um futuro com direitos assegurados para as crianças”, salientou Alice.

Programação

Apresentações artísticas e espetáculos teatrais também compuseram a programação ao longo do dia. A primeira palestra da tarde trouxe e temática “Primeira infância antirracista”, ministrada pelo historiador e diretor-adjunto do Instituto Promundo, Luciano Ramos, com mediação de Jaqueline Oliveira Soares, da Divisão de Promoção das Políticas de Equidade da SES.

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Fazendo referência ao Dia da Consciência Negra, celebrado neste 20 de novembro, a fala trouxe elementos que caracterizam como o racismo estrutural se organiza na sociedade, sendo presente no cotidiano das crianças. “Crianças negras vivenciam o racismo através do corpo da mãe, desde a falta ou escassez de pré-natal a mulheres negras e indígenas até os altos índices de violência obstétrica que acometem essas mulheres”, afirmou Ramos. “Quase 70% das crianças de zero a quatro anos cadastradas no CadÚnico são negras. Essas mesmas crianças correm maior risco de morte antes dos cinco anos de idade. Por isso, é essencial encarar o pacto narcísico da branquitude e falar sobre a manutenção dos privilégios que sempre ocorreu.”

Ao compartilhar relatos pessoais como um homem negro, o palestrante também evidenciou de que maneira medos e traumas gerados pelo racismo nos primeiros anos de vida promovem impactos negativos no desenvolvimento infantil. “É na escola que as crianças começam a compreender as relações étnico-raciais, o que também ocorre e se reflete em serviços de saúde e no acolhimento da assistência social. Desde a limitação da criatividade imposta pelo sistema que favorece pessoas brancas até o acesso a direitos sendo negligenciado estruturalmente. Por isso, é fundamental que o PIM possa ser pensado a partir de uma lógica antirracista”, explicou o historiador.

Ao final do evento, foi exibido o documentário jornalístico que acompanhou as visitas e registrou a diversidade nos atendimentos do programa, produzido pela equipe da Assessoria de Comunicação da Secretaria da Saúde. O encerramento ficou por conta da intervenção artística Orquestra de Brinquedos.

Semana do Bebê

A 21ª Semana Estadual do Bebê iniciou-se em 19 de novembro e vai até domingo (26/11), com eventos e oficinas em diversas instituições em Porto Alegre. A programação completa pode ser consultada neste link .

Texto: Ascom SES
Edição: Camila Cargnelutti/Secom