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Prêmio Mulher do Ano celebra empoderamento e ancestralidade

O Prêmio Mulher do Ano é uma oportunidade para celebrar não apenas o empoderamento feminino, mas também a ancestralidade, marca da trajetória de Fl...

14/11/2023 às 22h22
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino
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Divulgação: Orquestra Chiquinha Gonzaga
Divulgação: Orquestra Chiquinha Gonzaga

Uma noite para celebrar o empoderamento feminino. Assim será o Prêmio Mulher do Ano, que terá Flora Gil como homenageada devido às suas contribuições à cultura, à música e à ancestralidade brasileira. Promovido pelo 15º Ofício de Notas, no Fairmont Hotel Copacabana, o evento do próximo dia 16 (quinta-feira) terá apresentações do cantor Feyjão, do grupo musical afro Ilé Àse Obalúwáiye, da Orquestra Chiquinha Gonzaga e outras atrações. 

Com apresentação do ator Otávio Müller, a festa terá caráter beneficente, onde os convidados poderão contribuir através de doações para as Entidades sociais apoiadas: Instituto da Criança, Gastromotiva, Pró Criança Cardíaca, RioSolidário.

“A premiação faz parte da jornada 'ESG e as ações para o futuro: a jornada já começou', promovida pelo 15º Ofício de Notas. Nosso objetivo é integrar práticas éticas, sustentáveis e socialmente responsáveis nas operações corporativas”, explica a tabeliã Fernanda Leitão.

O empoderamento feminino e a ancestralidade são valores que Feyjão carrega desde criança. A família do cantor tem uma história oral que remete à escravidão no Brasil. Autor de músicas como “Reza”, sucesso na voz de Maria Rita, e “Serei luz”, gravada pelo grupo Natiruts, ele se prepara para lançar o álbum Meu Tom.

“Minha bisavó foi escravizada até os 14 anos. Era a fase final da escravidão, mas o sofrimento ainda era muito grande. Ela era tratada de forma truculenta, não podia sequer estudar. Minha mãe quebrou esse ciclo ao ser a primeira pessoa da família a concluir o ensino médio e, depois, a faculdade. Isso explica muita coisa das dificuldades que enfrentamos, até conseguirmos transformar essa realidade através da educação”, ressalta Feyjão: “Um povo que não conhece a própria história é um povo desorientado. O que nos dá alicerce é conhecer de onde viemos para saber para onde estamos indo”.

Caminhar em direção a uma sociedade mais igualitária foi uma das lutas que motivaram a criação da Orquestra Chiquinha Gonzaga, em 2021. O grupo é formado por meninas da rede pública de ensino do Rio de Janeiro

“Estamos muito honradas e animadas em participar desta programação que se alinha ao nosso compromisso. A orquestra tem como essência a transformação social, a contribuição com uma sociedade mais plural, constituída por novos protagonismos, lideranças e perspectivas”, orgulha-se Moana Martins, diretora executiva da orquestra.

O grupo reúne 45 meninas, sob a batuta de Priscila Bomfim, e tem entre os instrumentos a formação com violino, violoncelo, viola, trombone, saxofone, clarineta, oboé, fagote, tuba e percussão. A estreia nos palcos foi ao lado de Elba Ramalho e, desde então, a orquestra já se apresentou em lugares como o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Casa França-Brasil e o Teatro Imperator. A escolha do nome do grupo foi algo natural: Chiquinha Gonzaga foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, apesar de todo o preconceito que sofreu.

“Chiquinha Gonzaga carrega em sua história uma luta incrível pelo reconhecimento da equidade entre mulheres e homens, numa época em que nem se falava disso como hoje. É preciso valorizar essa trajetória, bem como divulgar cada vez mais o trabalho de uma orquestra formada por meninas talentosíssimas”, elogia Michelle Novaes, tabeliã substituta do Cartório 15.

A premiação será concedida a Flora Gil pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, pela Ordem dos Advogados do Brasil-RJ (OAB-RJ), pela Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro, pela Sony Music, pela União Brasileira de Compositores (UBC) e pelo RioSolidário.

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