A Universidade de Caxias do Sul (UCS) em Bento Gonçalves está auxiliando a cidade de Santa Tereza, que fortemente impactada por uma enchente em setembro. Com uma população de 1,5 mil habitantes, Santa Tereza contou com o suporte de diferentes áreas de conhecimento da UCS Bento para avaliar os danos ao seu patrimônio histórico e atender às necessidades de saúde mental dos alunos da rede de ensino local. O município, que já havia realizado ações urgentes de atendimento à população, recebeu a colaboração dos cursos de Arquitetura, Engenharia Civil e Psicologia da UCS Bento.
A equipe de Engenharia Civil realizou uma vistoria minuciosa, inspecionando 93 edificações. O professor Maurício Schäfer, coordenador do curso na UCS Bento, explicou que a análise qualitativa concentrou-se nas características fundamentais que afetam a estabilidade e a integridade das construções. O parecer técnico resultante identificou danos em 46 estruturas, indicando a necessidade de reparos imediatos ou, em alguns casos, demolição. Esse diagnóstico orientará o município na reconstrução, focando nos pontos críticos.
A vistoria também contou com a participação dos engenheiros civis Gustavo Ribeiro da Silva, Luciano Zatti, Vinicio Cecconello, da arquiteta e urbanista Gabriela Côrtes Austria, e do engenheiro civil voluntário Rafael De Toni, com o acompanhamento do engenheiro civil responsável do município, Márcio André Cella. O envolvimento da UCS Bento destaca o crescente compromisso da instituição com a comunidade.
A equipe do curso de Psicologia da UCS Bento também desempenhou um papel fundamental, trabalhando com cerca de 40 alunos das escolas locais afetadas pela enchente. “Nossa ideia foi a de entender a enchente como uma repercussão climática que gerou traumas. E, geralmente, quando a gente passa por traumas, falamos que há um excesso, é mais do que tu podes suportar, e por ser mais do que você pode suportar, isso transborda”, explicou a coordenadora do curso de Psicologia da UCS Bento, Ilciane Maria Sganzerla Breitenbach.
Ilciane destacou que, além de oferecer suporte aos moradores de Santa Tereza, essa experiência foi enriquecedora para os acadêmicos de Psicologia, proporcionando aprendizado e realização ao intervir de maneira efetiva em um contexto de catástrofe. “Percebemos, pelo semblante dos próprios alunos, que eles gostaram da atividade de lá, pela própria direção e professores que nos acolheram muito bem. E também dos nossos acadêmicos, aquela sensação de desafio e, ao mesmo tempo, de aprendizado, de realização, porque não deixa de ser uma forma também de atuar, de intervir, num contexto de catástrofe, que foi o caso que aconteceu lá, que também é um tipo de atuação diferente, mas muito efetiva por parte do psicólogo”, disse Ilciane.
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