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Tríplice fronteira iluminada pela saúde respiratória

Em novembro é celebrado o dia Mundial da DPOC, doença respiratória que afeta 6 milhões de brasileiros, e em 2023 a CDD traz a campanha #RespireVida...

09/11/2023 às 10h38
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino
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Próxima quarta, 15 de novembro de 2023 é o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A data acontece na terceira quarta-feira de novembro de cada ano e tem o objetivo de conscientizar a respeito desta condição, que é uma das principais causas de incapacidade no Brasil. A  Crônicos do Dia a Dia (CDD) participa desta mobilização com a campanha #RespireVida, que planeja mostrar os caminhos para uma maior qualidade de vida e os cuidados para #VivercomDPOC.

No feriado do dia 15 a CDD realizará um evento em Foz do Iguaçu, iluminando de laranja monumentos e marcos da cidade fronteiriça, o elevador Lacerda em Salvador e a Câmara dos Deputados em Brasília, em prol da conscientização a respeito da DPOC. 

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

 A DPOC é o termo usado para descrever doenças pulmonares progressivas, como enfisema, bronquite crônica e asma refratária. É uma condição respiratória atualmente sem cura, caracterizada pela falta de ar, tosse, chiado e pressão no peito.  Os principais fatores de risco para DPOC são o tabagismo, ambientais como poluição e gases nocivos, e genética.

Estima-se que no Brasil cerca de 12% da população adulta tenha DPOC, com incidência maior à medida que a idade avança. No Brasil, a DPOC é a 5ª maior causa de mortes e uma das principais causas de internação hospitalar. De acordo com uma pesquisa realizada pela FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), além do impacto humano, a DPOC tem um impacto econômico massivo. São cerca de 20 mil pessoas aposentadas por invalidez por causa da doença, gerando um custo previdenciário de meio bilhão de reais. Além do custo previdenciário, há também um grande impacto na produtividade, entre 2017 e 2021 foram mais de 68 milhões de dias de trabalho perdidos em decorrência da DPOC.

Qualidade de vida e DPOC

Por ser uma doença muito incapacitante, a DPOC pode ter um peso muito forte na qualidade de vida da pessoa. Como é uma condição progressiva, afeta a capacidade respiratória e pode impossibilitar tarefas cotidianas simples, como tomar banho ou vestir-se, tamanho o esforço que a falta de ar demanda. Em alguns casos, o paciente fica dependente de terapia de oxigênio domiciliar, o que impede ainda mais a sua mobilidade. A depressão é comum em pessoas com DPOC, devido a perda da autonomia e ao cansaço constante.

Apesar disso, #ViverComDPOC não é uma sentença de morte, existem tratamentos e é possível ter qualidade de vida com a condição. Para isso são necessários ajustes de rotina e hábitos: uma alimentação e rotina de sono saudável, evitar consumo de álcool e manejo do estresse são práticas importantes para quem tem DPOC. Fazer exercícios físicos também é muito importante, para aumentar a resistência pulmonar, no entanto, é importante contar com acompanhamento profissional – antes de qualquer exercício, é preciso conversar com seu médico.

Tabagismo é o maior vilão para a DPOC

O primeiro e mais importante passo para uma melhor qualidade de vida e com DPOC é  a cessação do tabagismo. 85% das mortes por DPOC são causadas pelo fumo, ativo ou passivo, este é o principal fator de risco para a doença. O número de fumantes no Brasil caiu drasticamente após anos de combate ao fumo e campanhas de conscientização e restrição ao cigarro. No entanto, o cigarro eletrônico é uma ameaça, especialmente aos mais jovens. Este tipo de produto, que foi criado sob o pretexto de auxiliar na dependência de cigarro, rapidamente se transformou em epidemia em diversos países, atraindo jovens e adolescentes, que jamais haviam fumado anteriormente. Um levantamento do Centro de Controle de Doenças dos EUA apontou que, em 2018, 20% dos estudantes de ensino médio usavam regularmente cigarros eletrônicos.

Apesar de ser considerado inofensivo por muitos, o cigarro eletrônico não apenas tem uma taxa de nicotina que proporciona uma dependência ainda maior dos usuários, como possui em sua composição taxas elevadas de componentes químicos, prejudiciais à saúde pulmonar. 

Luzes na fronteira pela DPOC

O evento em Foz do Iguaçu irá iluminar três pontes que ligam o Brasil à Argentina e Paraguai: a Ponte Nova Brasil-Paraguai, a Ponte da Argentina e a Ponte da Amizade, e ainda o marco da Tríplice Fronteira e a roda gigante de Foz do Iguaçu. Tudo isso será acompanhado pelos convidados do evento em um passeio de Kattamaram pelo rio Iguaçu. A bordo, os convidados participarão de um jantar com música ao vivo, para apreciar o passeio. Além de representantes da CDD, o evento terá a participação de representantes dos investidores sociais da Sanofi, GSK e Chiesi. 

Para Bruna Rocha, vice-presidente da CDD, além de dar visibilidade sobre a doença à população, eventos como este também são uma forma de conscientizar gestores públicos de saúde. “Pessoas com DPOC sofrem com preconceito e mau atendimento, primeiro pois a maioria são idosas, segundo pelo tabagismo. Esse evento quer mostrar que pessoas com DPOC merecem um bom atendimento, merecem ser vistas, e merecem, especialmente, um bom tratamento. Existem boas terapias disponíveis para o tratamento de DPOC, porém, nem todos têm acesso a elas. E principalmente falta acesso a diagnóstico correto. Quanto mais cedo as pessoas souberem que tem esta condição, melhor são as chances delas.”

A campanha #RespireVida também acontece online com a produção e disponibilização de material informativo em diversos formatos, nas redes da CDD (Instagram e Facebook), e-book com material sobre nutrição e DPOC, séries de vídeos sobre qualidade de vida e DPOC, além de uma live com especialistas em tratamento e fisioterapia respiratória. 

Sobre a CDD


A associação Crônicos do Dia a Dia (CDD) é uma organização sem fins lucrativos e acredita que o diálogo é a ponte para que ninguém precise conviver com uma doença crônica sozinho. O objetivo do trabalho da CDD é apoiar todo o potencial humano para ampliar as perspectivas de vida das pessoas com condição crônica de doença, através de projetos e conteúdos, para que as pessoas não sejam definidas nem reduzidas a seus diagnósticos.

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