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Tentativa de homicídio: Vereador de Veranópolis é indiciado por atirar contra entregador

O caso ocorreu no dia 20 de setembro quando houve um desentendimento entre o parlamentar e o motorista sobre a entrega de uma carga de tomates.

20/10/2023 às 11h00 Atualizada em 20/10/2023 às 13h04
Por: Renata Oliveira Fonte: Jornal Pioneiro
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Crédito: Divulgação/Câmara de Vereadores de Veranópolis
Crédito: Divulgação/Câmara de Vereadores de Veranópolis

O vereador e empresário de Veranópolis, Aristeu André Caron (PTB), enfrenta um indiciamento por tentativa de homicídio qualificado após disparar contra o rosto de um homem, de 34 anos, no dia 20 de setembro, nas imediações de um atacado de frutas e verduras de propriedade do parlamentar, situada às margens da BR-470, no bairro Monte Bérico. O inquérito policial, conduzido pela Polícia Civil, foi oficialmente remetido à Justiça nesta quarta-feira, 18.

De acordo com as informações, a vítima, um homem originário do Paraná, estava em Veranópolis para efetuar uma entrega de tomates no atacado de frutas e verduras de Caron, que na época presidia a Câmara de Vereadores do município. Após um desentendimento comercial, o motorista foi atingido por disparos de arma de fogo e precisou ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros em estado inconsciente e transportado ao Hospital Comunitário São Peregrino Lazziozi. Devido à gravidade do ferimento, ele foi posteriormente transferido para Caxias do Sul. Segundo a defesa da vítima, ele recebeu alta no último dia 7, porém enfrenta sequelas, sendo incapaz de movimentar um dos braços e de caminhar.

Mas o início da história foi no fim de semana anterior ao incidente, quando o vereador havia contratado uma carga de um fornecedor de Goiás, que indicou o homem como responsável pelo transporte e pelo caminhão que levaria a carga até Veranópolis. Nesse período, com base nas investigações, depoimentos e provas coletadas durante o inquérito, foi descoberto que o motorista estava extorquindo o parlamentar. O delegado, Tiago Baldin, conta que "investigamos o histórico criminal e descobrimos que a vítima, na realidade, praticava extorsões não apenas contra o indiciado, mas também contra um fornecedor de carga," comenta o delegado. 

Ele também frisa que o motivo fútil da ação foi excluído do indiciamento, e sim, incentivado pelo crime de extorsão. "Foi o que conseguimos apurar nos autos do inquérito por meio da coleta de depoimentos de várias testemunhas e análises de dados de telefones celulares. A vítima possui um histórico de antecedentes criminais relacionados a diversos delitos, incluindo tráfico de drogas," coloca Baldin. 

Além disso, conforme os resultados das investigações, foi revelado que o motorista foi abordado pela Polícia durante o trajeto à Serra. "No trajeto até a Serra, a polícia abordou a vítima no domingo, 17 de setembro, e identificou que ele tinha antecedentes criminais e uma quantidade de maconha na cabine do caminhão que dirigia. Foi lavrado um Termo Circunstanciado por posse de entorpecentes, mas ele foi liberado," conta Tiago. 

Para finalizar, o delegado acrescentou que o vereador havia sido informado sobre os antecedentes criminais do transportador e que a polícia, por meio da análise dos registros de telefone celular, apurou que a vítima estava exigindo valores muito superiores aos acordados. Além das extorsões, o vereador e sua família teriam sido alvo de ameaças, o que, segundo o depoimento do vereador, gerou temor, levando-o a confrontar a vítima. Caron, que atualmente está sob custódia em Nova Prata, afirmou que sua intenção não era ferir o homem, mas apenas assustá-lo. 

Defesa do vereador
A defesa de Aristeu André Caron, o advogado Kleber Ben, se manifestou por nota:

"A defesa de Aristeu André Caron até o presente momento vem trabalhando no sentido de que seja revista a prisão preventiva decretada e aguarda o julgamento de Habeas Corpus, pois ausentes os elementos a justificar a manutenção de uma prisão deste gênero. No tocante às conclusões do inquérito policial, discordando parcialmente da compreensão lá constante sobre o enquadramento a título de homicídio qualificado, na medida em que constantes ao longo das investigações inúmeras provas que apontam de forma bastante clara, prévia conduta da vítima contra o investigado, não apenas a título de extorsões, mas principalmente graves ameaças contra a vida dos membros de sua família, não restando outra alternativa senão a de aguardar o subsequente oferecimento de denúncia a ser realizada pelo douto Promotor de Justiça, o qual poderá rever tal posicionamento adequando-o para a situação fática - ocasião em que a Defesa se manifestará nos autos processuais".

O que diz a defesa da vítima 
A defesa do homem que foi baleado, representada pela advogada Marina Martins, afirma que "provará que não foram feitas ameaças pelo caminhoneiro e que o empresário e vereador de Veranópolis chegou atirando". Com relação aos antecedentes da vítima, a advogada ressalta que ele já respondeu aos processos e não deve nada à Justiça. 

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