A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) de Caxias do Sul, em uma ação decisiva nesta terça-feira, 10, desencadeou a segunda fase da "Operação Interestadual". Essa operação visava identificar e desmantelar uma organização criminosa que vinha causando prejuízos nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina chegando em R$ 1,5 milhão de dano às vítimas, inclusive de moradores de Bento Gonçalves.
O processo de investigação durou aproximadamente 10 meses, com a colaboração de diversas fontes de informação, bem como o apoio estratégico da base operacional da Polícia Rodoviária Federal de Caxias do Sul. Estima-se que o grupo criminoso tenha obtido lucros que chegam a R$1.500.000,00 (um milhão e meio de reais) por meio dos golpes aplicados em suas vítimas.
De acordo com as informações, a organização criminosa contava com a participação de 28 suspeitos, especializados em golpes envolvendo a aquisição de caminhões nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, que mantinham um monitoramento constante em sites de anúncios de veículos. Os indivíduos conduziam negociações fraudulentas, simulando depósitos em contas correntes por meio de envelopes vazios em terminais de autoatendimento.
As vítimas, enganadas pelos falsos comprovantes, transferiam a propriedade de seus veículos para os criminosos, que posteriormente os encaminhavam para a região da Serra Gaúcha, onde eram revendidos a terceiros. Com os lucros obtidos com essas atividades ilícitas, os suspeitos adquiriam bens em seus próprios nomes e realizavam empréstimos com taxas de juros abusivas e prazos extremamente curtos. Aqueles que não conseguiam pagar eram alvo de ameaças e violência por parte do grupo.
No total, pelo menos 25 golpes foram aplicados nas cidades de Caxias do Sul, Ijuí, Barra do Ribeiro, São Bento do Sul, Bento Gonçalves, Butiá, Giruá, Santana do Livramento, Sananduva, Guaporé, Santa Maria, Boqueirão do Leão, São Domingos-SC, Rio do Sul-SC, Lages-SC, Benedito Novo-SC, Blumenal-SC, Itajai-SC e Balneário Camburiu-SC.
A operação resultou no cumprimento de prisões preventivas, incluindo a detenção de um membro da organização responsável por recrutar novos integrantes e direcionar as ações do grupo criminoso, bem como a prisão do operador financeiro do grupo. Este último, além de participar ativamente nos golpes, gerenciava os lucros obtidos e realizava complexas operações financeiras para ocultar os ativos ilícitos.
Além das prisões, foram efetuados 5 mandados de busca e apreensão, e 20 contas bancárias ligadas ao grupo foram bloqueadas.
Durante toda a investigação, nas duas fases:
08 veículos foram apreendidos;
08 prisões em flagrante;
02 prisões preventivas;
02 armas de fogo apreendidas;
20 contas bancárias bloqueadas;
15 mandados de busca e apreensão cumpridos.