A crescente demanda de alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Mestre Santa Bárbara, localizada no bairro Progresso em Bento Gonçalves, está fazendo com que a Direção da instituição tome medidas drásticas para acomodar todos os estudantes dos turnos da manhã e da tarde, desta forma, decidiram ocupar salas que antes eram usadas como auditório e sala de computação, além disso, a falta de merendeiras também está sendo um grande problema para o educandário.
Conseguindo atender cerca de 480 alunos por turno de acordo com as salas de aulas, a Direção da Escola Estadual de Ensino Médio Mestre Santa Bárbara está precisando lidar com a lotação de 520 estudantes somente no período da manhã. Para tentar acomodar todos esses jovens, uma das diretoras do educandário, Margarita Protto, explica que já solicitaram a ampliação da estrutura da Escola, mas que ainda não obtiveram um retorno da 16ª Coordenadoria Estadual de Educação (16ª CRE). "A escola, juntamente com a 16ª CRE, solicitou a ampliação da mesma devido a grande procura por esta instituição e o aumento de habitantes no entorno e nos bairros próximos da Escola, porém ainda não tivemos um retorno referente ao projeto," revela Protto.
Então, optando por uma alternativa mais imediata, a Direção decidiu utilizar como sala de aula dois espaços da Escola que antes eram um auditório e uma sala de informática. "Devido a grande demanda, optamos por utilizar estes espaços (auditório e sala de informática), para poder atender um maior número de alunos do Ensino Médio no turno da manhã," explica a diretora.
Além disso, o educandário já vem passando dificuldades para conseguir alimentar todos os alunos do turno da manhã. No dia 22 de setembro, o NB recebeu a denúncia que os turnos da tarde e noite estavam recebendo o lanche dentro da normalidade, no entanto, os alunos da parte da manhã estavam ganhando apenas bolacha na refeição. A justificativa do caso é que faltavam merendeiras para atender toda a demanda, porém, questionada se o problema teria sido resolvido, a diretora revela que continuam com apenas duas merendeiras, em vez de quatro (que seria o correto), e não respondeu se os alunos estão se alimentando de outros lanches.
A Chefe de Recursos Humanos da 16ª CRE, Ana Maria da Rosa Duarte, destaca que ainda não conseguiram colocar mais funcionárias na Escola devido a falta de interessados nas vagas. "A EEEM Mestre Santa Bárbara encontra-se neste momento com duas merendeiras e com três contratos novos autorizados pela Secretaria de Educação, porém todo o banco de reserva, que é mínimo, já foi consultado várias vezes e não há candidatas interessadas nas vagas. Diante disso a 16ª CRE orientou a escola a fornecer um cardápio alternativo, avaliado pela nutricionista da Secretaria da Educação, como por exemplo: 3 vezes por semana cardápio de preparação única como macarrão e duas vezes por semana lanche como café com leite e biscoito, a fim de que os alunos não fiquem totalmente sem a merenda escolar. Estamos vendo a possibilidade de remanejar uma merendeira de outra escola, porém todas as nossas escolas estão com a carga horária mínima de merendeiras, o que dificulta o remanejo," explica Duarte.
O vereador e também professor de História na instituição, Eduardo Pompermayer (PP), destacou a situação na última sessão da Câmara de Vereadores como algo inaceitável por parte da Gestão Pública. "Faz muito tempo que não tem funcionárias na cozinha da Escola Mestre. Não é a Escola que não quer dar o lanche é que não tem merendeiras para atender mais de mil alunos. Além disso, a instituição não tem mais auditório nem sala de informática porque virou sala de aula. Parece que todos os alunos do ensino médio da cidade vão para lá. A Escola pede ampliação por parte do Governo Estadual e ela não acontece. O que a gente faz? Vamos dando jeito. Assim, como a grande maioria das escolas públicas do município e quando pedimos melhorias, não recebemos. Ai nós somos os culpados. Cobramos atenção da Coordenadoria de Educação Estadual, mas parece que a grande solução dos últimos tempos é entregar as escolas para o município. Então, me parece uma falha muito mais da gestão pública do que das escolas," comenta Pompermayer.
Em entrevista à Reportagem do NB, o vereador explicou que está buscando agilizar esse projeto de ampliação da estrutura da Escola Mestre diretamente na Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) com apoio do Deputado Guilherme Pasin (PP). "Como a CRE tem sido um pouco apática e lenta nesse caso, estamos tentando acelerar o processo diretamente com a SEDUC, com apoio do Deputado Pasin inclusive, mas tudo ainda está em avaliação e sem prazos no momento," salienta Eduardo.