"Precisamos tomar a eliminação como parte do processo", avalia técnico do Farrapos

O Farrapos se consolidou como a maior força do rugby brasileiro fora de São Paulo por mais uma temporada. O "intruso" gaúcho finalizou o Campeonato Brasileiro de Rugby - Super 12 entre os quatro melhores times do país pela sexta edição consecutiva. A dolorida derrota em casa para o Pasteur-SP pôs fim à campanha alviverde na competição, a qual pode ter sido considerada atípica para a equipe de Bento Gonçalves. O treinador Javier Cardozo enalteceu o amadurecimento da equipe e ponderou a importância de tomar o revés como parte do crescimento do clube. 

Apesar de sofrer derrotas nada habituais na primeira fase do campeonato, o Farrapos finalizou a competição sendo a única equipe fora de São Paulo a fazer frente aos principais clubes do país, os quais são considerados satélites da Seleção Brasileira de Rugby. "Estamos em um processo de crescimento e de transição. Não foi um ano muito regular em relação ao Campeonato Brasileiro. Tivemos algumas derrotas meio que inusuais em relação a outros anos. Tínhamos essa realidade e compreensão de que o nosso ano tinha sido muito mais de crescimento do que buscando tantos objetivos em termos de resultados", explica o treinador.

Javier Cardozo comemorou o fato de, mesmo com significativas mudanças no grupo de atletas, o Farrapos conseguiu manter a competitividade no campeonato, chegando mais uma vez nas fases derradeiras. "Tivemos a oportunidade de chegar a estar em posição de classificar para a final, o que é muito bom. Mesmo mudando bastante a nossa equipe e tendo bastante renovações e reativações de alguns atletas, conseguimos ser competitivos. Enfrentamos um time que tem uma base muito grande de Seleção Brasileira e dos Cobras (franquia brasileira de rugby), são jogadores profissionais que vêm se preparando o ano inteiro com competições de alto nível, o que não tivemos. Porém, no geral, não fomos superados em tantas áreas, só que eles souberam capitalizar melhor as ações, euquanto tivemos problemas para fazer isso.", avalia. 

O pouco número de confrontos contra times do mesmo nível que os paulistas durante a temporada, conforme Javier Cardozo, impactam consideravelmente na preparação da equipe para jogos decisivos. Apesar disso, o técnico afirma que o Farrapos precisa tratar derrotas como essa como parte do processo de crescimento do clube. 

"Mais do que comemorar, nós temos que ficar satisfeitos com o trabalho no ano. Obviamente, nós somos um clube amador e temos nossas limitações e sabemos que os clubes de São Paulo giram muito sobre o sistema de alto rendimento. Não se trata de uma desculpa, mas acaba impactando muito nos resultados e nas competições. Isso gera muita dificuldade, mas, ao mesmo tempo, uma motivação para jogar contra esses times. Faz muito tempo que a gente não tinha uma sequência de jogos assim, onde praticamente cada jogo é jogado como uma final. Precisamos tomar a eliminação como parte do processo e seguir trabalhando mais forte", destaca Cardozo. 

O próximo desafio do Farrapos na temporada ocorre no próximo sábado (7), quando o clube disputa a final do Campeonato Gaúcho de Rugby, diante do Charrua, às 15h, na Sociedade Hípica Porto-Alegrense, na capital gaúcha. O time alviverde entrará em campo visando alcançar o seu 12ª título estaudal consecutivo.