Os alunos do turno da manhã da Escola Estadual Mestre Santa Bárbara estão se alimentando de bolacha no período para a merenda escolar. Isso porque, segundo a 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ª CRE), a instituição não possui merendeira para trabalhar pela manhã. A situação causou a revolta dos alunos e dos pais da comunidade escolar, que cobraram explicações.
Conforme denúncias, os turnos da tarde e noite têm acesso ao lanche dentro da normalidade, no entanto, os alunos da parte da manhã estão recebendo apenas bolacha na refeição. Essa situação se estende a mais de um mês, de acordo com o relato de alunos da escola, que também afirmaram que o refeitório está fechado há dias sem profissionais para trabalhar. Eles relatam, também, que já ocorreram reclamações de que as bolachas oferecidas se encontravam mofadas e rançosas.
Devido à situação, os alunos não estão se alimentando adequadamente. Há jovens que não conseguem trazer sua comida de casa por não ter condições de bancar refeições diárias e que, por isso, acabam se alimentando apenas de bolachas pela manhã, fato que pode trazer consequência em seus desempenhos em sala de aula.
O Coordenador da 16ª CRE, Alexandre Misturini relatou que há a falta de merendeira para trabalhar no turno após duas profissionais se desligarem de seus cargos na cozinha. Ele afirma que pretende remanejar uma merendeira de outra escola para atender o Mestre Santa Bárbara pelo turno da manhã na próxima semana. "A escola tinha outra merendeira de laudo, e assim que o laudo acabou se demitiu. Tem outra merendeira que é terceirizada e, se não me engano, não vai mais trabalhar. Tenho três contratos autorizados para trabalhar como merendeira e não tenho ninguém no banco de cadastro. É obrigatório estar cadastrado nos editais públicos para fazer a contratação", relata Misturini, que complementa:
"Estamos prevendo para semana que vem o remanejo de uma merendeira para trabalhar 40 horas na escola. Nós vamos retirar de uma outra escola que tenha condições de se virar com menos profissionais para nós atendermos a escola Mestre", afirma.
Segundo Misturini, a escola possui um cardápio alternativo para servir no período de refeição para os alunos. No entanto, não pode ser cumprido no momento devido à falta de merendeira. O coordenador relata que há pouco interesse de profissionais para as vagas de merendeira por conta do salário defasado. "Esse problema de merendeiros é crônico na nossa região, até porque os salários não são atrativos, então quase ninguém se inscreve nos editais para contratação de serviço público. Eu tenho três contratos autorizados, mas não tenho recurso humano para preencher essas vagas, porque o salário não é atrativo. Nós sabemos que nossas empresas na região pagam mais. Nós vivemos numa região rica, onde as opções de trabalho na iniciativa privada são melhores. Porém, estamos trabalhando para resolver isso", explica.
Até o fechamento desta edição a direção da Escola Mestre não respondeu aos questionamentos.
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