Uma mulher, de 37 anos, foi presa após descobrirem o corpo de um advogado e jornalista gaúcho, identificado como Celso Adão Portella, dentro de sua geladeira no Estado de Sergipe. A vítima teria falecido em 2016 e o caso só foi descoberto na última quarta-feira, 20, depois que um oficial de justiça foi até o apartamento da acusada, localizado no bairro Suíssa, em Aracaju, para cumprir uma ordem de despejo.
Conforme as informações, a acusada, de 37 anos, é técnica de enfermagem, e o crime foi descoberto por um oficial de justiça na quarta-feira, 20, após o cumprimento de uma ordem de despejo no apartamento onde ela vivia, no bairro Suíssa, em Aracaju. No imóvel, que estava em estado insalubre, residia também a filha dela, uma criança de 4 anos.
No mesmo momento, a mulher foi detida e ficou sob custódia, mas só depois o corpo de Celso Adão Portella foi encontrado, em avançado estado de decomposição, dentro de uma mala que estava em uma geladeira. Em depoimento à Polícia Civil, a técnica informou que os dois tiveram um relacionamento amoroso e contou que um dia, em 2016, voltou para casa do trabalho e encontrou o companheiro morto. Por medo, guardou o corpo na geladeira.
Agora a técnica é suspeita de ocultação de cadáver e de maus-tratos contra a filha por conta de ter submetido ela a uma situação como essa. A causa da morte do companheiro é investigada e deve ser constatada pelo exame que é feito pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). Se houver indícios de morte por causa violenta, a mulher pode ser responsabilizada.
A menina foi acolhida pelo Conselho Tutelar e a mulher foi encaminhada para uma avaliação psiquiátrica no Hospital São José, em Aracaju, e nesta quinta-feira, 21, foi presa preventivamente até que as investigações sejam finalizadas.
Reação da Família de Celso
A família de Celso Adão Portella, que teria hoje 80 anos, ainda aguarda contato da Polícia Civil para ir ao Nordeste do país buscar o corpo e fazer o sepultamento. Ele deixa quatro filhos.
O irmão de Celso, Paulo Portella, contou ao G1 RS que ele é natural de Ijuí, no Norte do estado, mas construiu a vida em Porto Alegre, tendo se formado em direito e jornalismo. "Fez toda a vida na Capital. Atuou entre as décadas de 1970 e 1980 nas rádios Farroupilha e Gaúcha. Como advogado, teve um escritório em Porto Alegre. Atualmente, estava aposentado", lembra Paulo.
Ele diz que Celso deixou o estado em 2001, quando a mãe deles morreu. Ele foi para o Espírito Santo e, depois, os irmãos perderam contato. "Eu sequer sabia que ele estava em Aracaju. Somos em 12 irmãos, e alguns acabaram se distanciando. Mesmo assim, a notícia foi um choque. Ele sempre foi um irmão muito bom, uma pessoa muito boa", diz Paulo.