E a chuva não vai parar, mas a notícia boa é que não virá com tanta força nas regiões afetadas. De acordo com a MetSul Meteorologia, haverá um novo episódio de intensa instabilidade no Rio Grande do Sul com onda de tempestades de granizo e vendavais com chuva forte e essa não afetará somente o Sul do Brasil, mas também parte do Centro-Oeste, o Paraguai, Nordeste da Argentina e o Uruguai. Os sinais já iniciam na noite desta quarta-feira, 06 de setembro.
Na noite desta quarta-feira, 06, uma frente quente começa a se formar no Oeste, no Centro e no Sul gaúcho e trará tempo muito instável com chuva forte e tempestades na parte da manhã de quinta-feira, 07 de setembro, no estado.
Este segundo episódio de instabilidade da semana vai atingir todas as regiões gaúchas, mas os seus efeitos em termos de chuva serão mais sentidos no Oeste e no Sul, especialmente na fronteira com o Uruguai e áreas próximas, diferentemente do primeiro que teve maior impacto sobre a Metade Norte gaúcha com vendavais e chuva extraordinária que ficou entre 300 mm e 400 mm em alguns pontos, o que levou à catástrofe no Vale do Taquari.
Nuvens muito carregadas vão rapidamente se formar entre a madrugada e a manhã desta quinta sobre o Uruguai, o Oeste e o Sul gaúcho com chuva intensa, muitos raios e granizo. A chuva vai se estender a pontos do Centro e do Leste do estado enquanto ar muito quente ingressa pelo Noroeste e o Norte com calor e a presença de sol em diferentes cidades.
Uma baixa pressão se aprofunda como ciclone a Leste da Argentina, longe do Sul do Brasil, o que movimentará a frente para Norte da tarde para a noite da quinta como um sistema frontal frio. Na noite de quinta, a frente atinge o Centro e o Noroeste do estado.
Na madrugada da sexta, 08, o sistema alcança o Norte e o Nordeste gaúcho, incluindo a Grande Porto Alegre. No decorrer da sexta-feira, a frente fria leva chuva e temporais ainda ao Nordeste da Argentina, o Paraguai, Santa Catarina, Paraná e parte do Mato Grosso do Sul.
VOLUMES DE CHUVA
Com os volumes extraordinários de chuva do começo desta semana, de 300 mm a 400 mm em pontos da Metade Norte, entre o Alto Jacuí, o Planalto Médio e a Serra, o que traz cheias de vários rios e causou a catástrofe no Vale do Taquari, naturalmente há preocupação com o que pode chover desta vez.
A má notícia é que vem chuva, mas a boa é que não será extrema nas cidades castigadas hoje por inundações. Os maiores volumes de precipitação devem ocorrer desta vez nas áreas que menos tiveram chuva no começo da semana, no caso o extremo Oeste (Uruguaiana a Quaraí), fronteira com o Uruguai, Campanha e o Sul gaúcho.
CHUVA CAUSARÁ REPIQUE DE CHEIAS?
A cheia do Rio Taquari é de proporções históricas e atingiu níveis que somente foram vistos uma vez desde o começo das medições no século 19. O nível medido em Estrela e informado pela Prefeitura da cidade chegou a 29,62 metros ontem à tarde. A cota medida é a segunda maior já aferida na cidade. O nível de 29,62 metros se aproximou do recorde oficial de 29,92 metros, da grande enchente no Rio Grande do Sul de maio de 1941. Hoje, o rio seguia recuando no vale.
A chuva prevista para esta segunda metade da semana não terá volumes suficientes para gerar um repique de cheia do Rio Taquari. O que deve fazer é retardar a velocidade com que baixa, mas a tendência ainda será de queda. A chuva, por outro lado, vai aumentar o nível do Guaíba que já estará alto em Porto Alegre assim como do Rio dos Sinos que estará passando por cheia no trecho da Grande Porto Alegre.
Outro risco associado ao retorno da chuva é de natureza geológica. O solo está saturado pelo excesso de umidade e inundações causadas pela chuva extrema. Com isso, novo episódio de precipitação agrava o risco de deslizamentos de terra e quedas de barreiras em rodovias.
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