Política Interferência
Prefeito Diogo tenta aprovar subsídio às empresas de ônibus no canetaço
Chefe do Executivo Municipal enviou ofício convocando reunião extraordinária para aprovação do projeto pelos vereadores. Presidente da Câmara negou possibilidade.
31/08/2023 17h16 Atualizada há 1 ano
Por: Marcelo Dargelio
Prefeito Diogo Siqueira tentou realizar sessão extraordinária para que os vereadores aprovassem o repasse de recursos às empresas de ônibus - Foto: NB Notícias

O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira, está desesperado para levar a votação o projeto de lei que concede o subsídio de mais de R$ 2,27 milhões às empresas de transporte coletivo da cidade. Nesta semana, o chefe do Executivo Municipal tentou usar o poder de sua caneta para aprovar a iniciativa, à revelia da Câmara. Mas, não alcançou o objetivo esperado. 

O prefeito Diogo Siqueira enviou um ofício ao presidente da Câmara de Vereadores, Rafael Pasqualotto, baseando-se no artigo 16 da Lei Municipal para solicitar a convocação de uma sessão extraordinária para esta sexta-feira 1º de setembro, a fim de que os vereadores votassem três projetos, um deles o que concede o subsídio de R$ 2.272.420,50 às empresas de transporte coletivo. A pressão pela votação se deve que nesta sexta-feira, 1º de setembro, a tarifa de ônibus em Bento Gonçalves sobe para R$ 6 aos usuários.

Apesar da tentativa de pressionar a votação, o presidente da Câmara, Rafael Pasqualotto, respondeu ao ofício do prefeito negando a realização da sessão extraordinária. Segundo o documento enviado por Pasqualotto, o Poder Legislativo de Bento Gonçalves sempre prezou pela transparência, democracia e amplo debate de todos os projetos protocolados e jamais irá cercear ou reprimir a utilização de todas as ferramentas legislativas para aperfeiçoamento das matérias, como a produção de emendas, substitutivos, acolhimento de sugestões comunitárias e realização de audiências públicas. "Temos como premissa que quanto melhor o projeto for debatido, mais nossa sociedade bento-gonçalvense será atendida em seus anseios, neste sentido é que as leis que regem esta Casa não determinam prazo para um projeto ser colocado em pauta", declarou o presidente em resposta ao prefeito.

Diogo Siqueira tentou valer-se do cargo para chamar uma sessão extraordinária para um caso que não está previsto constitucionalmente. O prefeito pode convocar uma sessão extraordinária na Câmara de Vereadores sempre que houver assuntos urgentes ou relevantes que necessitem de deliberação imediata. Não há um limite específico para a convocação de sessões extraordinárias, mas elas geralmente ocorrem fora do calendário regular de reuniões da câmara, que é determinado pelo regimento interno do município.

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Documento enviado pelo prefeito Diogo Siqueira à Câmara de Vereadores