O delegado Vander Cristian Rodrigues, titular do Departamento de Homicídios da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de São Paulo, responsável por investigar a morte do ex-jogador Valdiram, de 37 anos, afirmou, em entrevista ao Uol, que o crime foi motivado pelo abuso de uma criança de três anos. Um dia depois de ser encontrado morto em uma rua da capital paulista, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) atestou que o corpo do ex-atacante do Esportivo tinha sinais de espancamento.
Imagens de câmeras de segurança e o depoimento dos moradores de rua presos levam a polícia a acreditar que Valdiram foi espancado por pelo menos três horas até morrer na calçada da Rua Santa Eulália. Ele teria abusado de uma menina dentro de uma barraca. Ainda de acordo com a reportagem, os moradores da área se referiram ao ex-jogador do Vasco como "Jack", termo usado para se referir a estupradores. "Temos evidências robustas nos autos de que ele praticou ato libidinoso contra a criança. Duas testemunhas comprovam, além da narrativa do suspeito. Além disso, ele foi encontrado nu", declarou o delegado.
O ex-jogador, que estava morando na rua, sofria de alcoolismo e compulsão por sexo e drogas. Em 2001, foi acusado duas vezes de tentativa de estupro no interior de São Paulo. Uma adolescente de 14 anos e uma ex-namorada fizeram as denúncias. Também foi preso três vezes, em uma delas por tentativa de estupro. Em passagem por Portugal, no início dos anos 2000, foi acusado pelo crime por uma jovem.
Valdiram foi artilheiro do Esportivo no Gauchão de 2006, marcando oito gols em sete jogos. De Bento saiu para o Rio de Janeiro, para jogar no Vasco, onde viveu seu auge. Lá ele foi artilheiro da Copa do Brasil no time que terminou com o vice-campeonato. Chegou a formar dupla com Romário e foi treinado por Renato Portaluppi. Após a passagem pelo Vasco, rodou por mais de 20 clubes, até encerrar a carreira de forma precoce.
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