Segue a discussão em torno do subsídio de R$ 2,2 milhões para as empresas do transporte coletivo de Bento Gonçalves a ser pago pela prefeitura para a redução da tarifa. Enquanto o poder público tem pressa para que os valores sejam pagos antes do dia 1º de setembro, quando o reajuste para R$ 6 entra em vigor, na Câmara de Vereadores vê alguns problemas no projeto apresentado. Além disso, o presidente do Legislativo, vereador Rafael Pasqualotto, protocolou um emenda para que o valor da tarifa seja reduzido de R$ 6 para R$ 4,50.
De acordo com Pasqualotto, mais uma vez a prefeitura de Bento Gonçalves está dando um subsídio de valor vultuoso e que não tem nenhuma contrapartida das empresas que receberão o recurso. "O cidadão bento-gonçalvense não vai ver nenhum aumento no horário dos ônibus nos bairros e nenhum coletivo a mais andando nas ruas, principalmente nos horários de pico. Vai continuar tudo do jeito que está", destacou o parlamentar.
Como a inércia da prefeitura em cobrar uma contrapartida das empresas segue, Pasqualotto acha justo que o valor da passagem para o usuário seja ainda menor, fazendo jus a conta que eles estão pagando. "Não podemos esquecer que esses mais de R$ 2,2 milhões não são dinheiro da prefeitura, esse dinheiro é de todos nós, contribuintes. Por isso estou propondo a passagem no valor de R$ 4,50, algo mais justo e condizente com a realidade do transporte coletivo em nossa cidade, que não é fiscalizado e está cada vez pior para o cidadão que faz o seu uso diário", comentou o vereador.
Projeto da prefeitura precisa de análise criteriosa
O presidente da Câmara de Vereadores frisa também que a seriedade com o bom uso do dinheiro público exige uma análise cuidadosa do projeto apresentado pela Prefeitura de Bento Gonçalves. Ele lembra que na proposta do poder público, há falta de documentos, atas da decisão do Conselho Municipal de Trânsito, e, o mais importante, uma contrapartida comprometida em beneficiar o usuário. "Se tem alguém atrasado nesse processo, não é o Poder Legislativo, pois nossa função é debater exaustivamente todos os projetos, levar a sério o dinheiro do contribuinte, e não dizer sim rapidamente a todo projeto protocolado, ainda mais tratando-se de um auxílio temporário como esse que estamos analisando”, pontua o presidente do Legislativo.
O presidente destacou ainda que, a fim de encontrar o melhor equilíbrio entre os interesses da comunidade e o objetivo do projeto, a Câmara está trabalhando para obter todas as informações possíveis para que a iniciativa da prefeitura seja melhorada. Para isso, pensa em produção de emendas, chamamento das empresas envolvidas e comunidade, bem como Conselho Municipal para dar explicações de suas deliberações.
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