Segundo especialistas climáticos do governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 14, há quase 50% de chance de que 2023 seja o ano mais quente já registrado e 2024 possa ser ainda mais quente.
A cientista-chefe da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), Sarah Kapnick, destaca que “Até o momento, 2023 é o terceiro ano mais quente já registrado”, disse a repórteres. “É praticamente certo – mais de 99% de probabilidade – que 2023 será um dos cinco anos mais quentes já registrados, com quase 50% de probabilidade de que 2023 será o mais quente de todos os tempos”, declarou Kapnick.
Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, afirmou que 2024 pode ser ainda mais quente do que este ano devido ao fenômeno de aquecimento do Pacífico conhecido como El Niño. “O maior impacto do El Niño será realmente em 2024”, disse Schmidt. “Prevemos que não apenas 2023 será excepcionalmente quente e possivelmente um ano recorde, mas 2024 será ainda mais quente”, estimou.
O observatório climático Copernicus da União Europeia informou na semana passada que julho foi o mês mais quente já registrado na Terra (isso além do esperado). A temperatura média da superfície global nesse período foi, pela primeira vez, 1,12ºC acima da média, classificando-o como o julho mais quente no registro de 174 anos da NOAA. Também digno de nota, o mês passado foi 0,20ºC mais quente do que o recorde anterior de julho de 2021.
Além disso, pelo quarto mês consecutivo, a temperatura global da superfície do oceano atingiu um recorde, já que as condições do El Niño que surgiram em junho continuaram em julho. Globalmente, julho de 2023 estabeleceu um recorde para a maior anomalia mensal da temperatura da superfície do mar – que indica o quanto as temperaturas mais quentes ou mais frias são da média de longo prazo – de qualquer mês no registro climático da NOAA, com uma anomalia de 0,99ºC.
Kate Calvin, cientista-chefe da NASA e conselheira climática sênior, disse que “a mudança climática está tendo um impacto nas pessoas e nos ecossistemas em todo o mundo”. “Além das mudanças de temperatura, experimentamos outras mudanças, como aumento do nível do mar, declínio do gelo marinho do Ártico, incêndios florestais, fortes precipitações, etc.”, disse Calvin.
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