Tromboses são problemas comuns e que causam muito medo nas pessoas. Mas afinal, a trombose pode matar?
Para responder esta pergunta, é importante ressaltar que as tromboses são a formação de um coágulo (trombo) dentro de uma veia do sistema venoso que impede que o sangue passe e retorne ao coração. Ela pode ocorrer nas veias mais superficiais, mas é mais grave quando ocorre nas veias profundas.
Isso porque este sistema venoso profundo é maior, mais importante e fica junto aos ossos e músculos e não é visível ao exame médico. Ele é responsável nos membros inferiores por levar mais de 90% do sangue de volta ao coração.
Dependendo do segmento de veia acometido, a trombose pode ser mais ou menos grave. Quando o coágulo obstrui uma pequena veia da perna, causa um transtorno localizado naquela região. Quanto mais próximo do coração, ou maior a veia, maior será a gravidade da trombose e a possibilidade de matar.
Quando temos casos mais graves de uma trombose em veias profundas no abdômen, pelve ou região da virilha, podemos ter um quadro que, se não for tratado logo, pode levar a morte ou perda do membro trombosado ou amputação de uma perna, por exemplo. Felizmente esses casos são mais raros.
Conheça as complicações da trombose
Por serem mais frequentes, os maiores problemas da trombose são suas complicações:
Insuficiência venosa crônica ou síndrome pós-trombótica
Inchaço crônico da perna afetada e/ou dor acompanhado de varizes
Mudanças na pele, que pode se tornar mais escura e seca
Eczema, coceira muito forte que pode levar a uma ferida de difícil cicatrização
Embolia pulmonar (EP). Essa última apresenta alto índice de mortalidade.
Aproximadamente 5 a 15% de indivíduos não tratados da trombose venosa profunda podem morrer de embolia pulmonar. Os dois quadros podem ocorrer em 2 a cada mil indivíduos por ano. Se pensarmos em uma população de 200 milhões no Brasil, podemos ter de 200 mil a 400 mil novos casos por ano!
Por que a embolia pulmonar é uma complicação da trombose?
Normalmente o coágulo começa em veias das pernas e, se não tratado, pode ir em direção ao pulmão, levando a um quadro muito grave de embolia pulmonar, que em 5% a 15% dos casos pode ser fatal.
Mesmo pacientes tratados podem ter complicações, pois o tratamento da fase aguda é realizado por meio de medicamentos anticoagulantes que evitam o aumento do trombo e que ele vá em direção ao pulmão. O segmento onde houve a trombose fica com uma cicatriz dentro da veia e as outras complicações já mencionadas podem ocorrer anos depois. Por isso, o tratamento da trombose venosa profunda não é só na fase aguda, mas requer controle pelo resto da vida.
Prevenir é preciso!
O melhor tratamento de todo problema em medicina é a prevenção. Para prevenir a trombose precisamos conhecer o que a causa ou a desencadeia.
Os principais fatores que aumentam a possibilidade de um indivíduo ter trombose são: imobilização prolongada, traumas e estados em que o sangue fica mais grosso. Entre outros podemos citar:
- Idade avançada
- Câncer
- Procedimentos cirúrgicos prolongados
- Imobilização prolongada em viagens
- Uso de estrogênio
- Distúrbios de hipercoagulabilidade (quando a pessoa já nasce com predisposição a ter trombose).
-Por esse motivo é superimportante procurar saber do histórico de nossa família. Se existirem outros casos de tromboses em parentes próximos, é bom procurar um angiologista para fazer uma avaliação. Outros fatores importantes são obesidade, gravidez, puerpério e varizes de membros inferiores.
Mesmo sabendo os fatores de risco, você teve uma trombose, tratou direito e agora o que fazer para não ter complicações tardias? São atitudes simples e que podem ajudar muito.
- Mantenha um peso equilibrado
- Pratique atividade física regular que trabalhe e fortaleça a panturrilha, evitando esportes de alto impacto e que façam força para baixo
- Se tiver varizes, trate
- Se fumar, pare
- Evite longos períodos de imobilização, seja de pé ou sentado
- O uso de meia elástica medicinal de compressão é muito importante quando for ficar muito tempo na mesma posição (em pé ou sentado)
- Mantenha-se hidratado
- Procure elevar as pernas acima do coração sempre que possível ou pelo menos à noite
- Faça controle regular com o seu angiologista. No início, de seis em seis meses e depois anualmente ou sempre que notar o aparecimento de varizes, inchaço, dor ou pele muito seca e coçando.
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