Saúde Atenção
Maioria dos casos de hepatite B em Bento são causados pelo não uso de preservativos
Somente em 2023, 12 casos da doença já foram registrados. A faixa etária mais atingida na cidade é a dos 20 aos 39 anos.
26/07/2023 15h06
Por: Renata Oliveira Fonte: NB Notícias
A transmissão da Hepatite B mais registrada na cidade é pelas relações sexuais sem o uso de preservativos. Crédito: Reprodução

Julho é considerado o mês de conscientização contra as hepatites virais dado que, no Brasil, a Hepatite B é endêmica, tendo maior incidências que as outras variantes. Em Bento Gonçalves, já foram registrados 12 casos da doença em 2023 e a maioria ocorre através de relações sexuais sem proteção. 

Segundo dados da Vigilância Epidemiológica do município, desde 1998, a Capital do Vinho já registrou 964 casos de Hepatite B, sendo que os mais atingidos são da faixa etária 20 a 39 anos (50,1%) e 40 a 59 anos (34%). 

A Vigilância também traz que em 2022 foram registrados 35 casos e em 2023, já foram 12 pacientes com a doença. Além disso, revelam que a transmissão mais registrada na cidade é pelas relações sexuais sem o uso de preservativos. 

De acordo com a coordenadora do Serviço de Assistência Especializada em HIV/AIDS e Centro de Testagem e Aconselhamento em ISTs (SAE/CTA), Adriana Cirolini, os teste rápidos da doença podem ser feitos em todas as unidades de saúde da cidade. Se caso for positivo, "o paciente é encaminhamento para o SAE/CTA, que é o serviço especializado. No SAE é feito o acompanhamento e tratamento da doença de forma gratuita. Importante reforçar as formas de prevenção, como uso do preservativo," explica Cirolini. 

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Como ocorre a transmissão:

A transmissão do vírus da Hepatite B pode ocorrer por via parenteral ou por via sexual, portanto a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. A transmissão vertical (materno-infantil) também é causa frequente de disseminação desse vírus.

Sintomas:

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Na maioria dos casos a Hepatite B não apresenta sintomas. Muitas vezes a doença é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado (cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados), que costumam manifestar-se apenas em fases mais avançadas da doença, por isso é preciso ficar atento. 

Tratamento:

A hepatite B pode se desenvolver de duas formas: aguda e crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de saúde consideram que a forma é crônica quando a doença dura mais de seis meses. O risco de a doença tornar-se crônica depende da idade na qual ocorre a infecção.

 

A Hepatite B não tem cura. Entretanto, o tratamento disponibilizado no SUS objetiva reduzir o risco de progressão da doença e suas complicações, especificamente cirrose, câncer hepático e morte. Os medicamentos disponíveis para controle da hepatite B são a alfapeginterferona, o tenofovir desoproxila (TDF), o entecavir e o tenofovir alafenamida (TAF).

Como se prevenir:

A principal forma de prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B é a vacina, que está disponível no SUS para todas as pessoas não vacinadas, independentemente da idade. Para crianças, a recomendação é que se façam quatro doses da vacina, sendo: ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses de idade (vacina pentavalente). Já para a população adulta, via de regra, o esquema completo se dá com aplicação de três doses. Para população imunodeprimida deve-se observar a necessidade de esquemas especiais com doses ajustadas, disponibilizadas nos Centros de Imunobiológicos Especiais (CRIE).

 

Outras formas de prevenção devem ser observadas, como usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings. O preservativo está disponível na rede pública de saúde.