Bento Gonçalves está entre os 20 municípios selecionados para receber um Centro de Atendimento em Saúde (CAS) do Programa TEAcolhe. Essa é a primeira etapa de homologação dos classificados, conforme o edital SES/RS 01/2023, que prevê um total de 30 CAS/TEAcolhe no Rio Grande do Sul. Os serviços serão oferecidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs)
Os CAS/TEAcolhe são serviços regionais especializados, com acesso regulado via Sistema de Gerenciamento de Consultas (Gercon), para atendimento e avaliação de casos de autismo em todo o ciclo de vida. O acesso ao atendimento será por meio das Unidades Básicas de Saúde, da Atenção Primária (APS) do município, que serão responsáveis pelo encaminhamento para equipes especializadas. “O objetivo da implantação desses novos centros é ampliar a oferta de atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e a suas famílias, por meio de avaliação e de acompanhamento por equipe multidisciplinar”, informa a coordenadora do Programa TEAcolhe, Fernanda Mielke.
Estrutura dos CAS/TEAcolhe
Em cada centro, a equipe técnica mínima será composta por seis profissionais. Um deles obrigatoriamente deverá ser médico psiquiatra, psiquiatra infantil ou neurologista/neuropediatra, ou médico clínico/pediatra com formação em autismo.
Os demais profissionais poderão ser terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, médico, fisioterapeuta, psicopedagogo, nutricionista, educador físico, musicoterapeuta, psicólogo, psicomotricista ou outra profissão considerada relevante, de acordo com o projeto técnico. Todos os integrantes da equipe deverão comprovar formação específica em TEA, com mestrado ou doutorado com dissertação ou tese que aborde o tema, especialização com carga horária mínima de 360 horas ou cursos de qualificação ou aperfeiçoamento em terapias para o TEA, com carga horária mínima de 100 horas.
Para o funcionamento do centro, é necessário que os profissionais do serviço cumpram carga horária mínima semanal de 160 horas. Desse total, 150 horas equivalem à carga horária dos profissionais multidisciplinares e dez horas a atendimentos médicos.
Cada CAS/Teacolhe deverá atender, pelo menos, 150 usuários por mês, com no mínimo 1.200 atendimentos e registro da produção mensal dos serviços, por meio do Boletim de Produção Ambulatorial Individualizada (BPAI).
Porque o autismo é considerado um espectro?
O autismo é considerado um espectro porque abrange uma ampla variedade de características e níveis de gravidade que podem variar de pessoa para pessoa. O termo "espectro" é usado para descrever essa diversidade.
As pessoas com autismo podem apresentar uma ampla gama de habilidades, desafios e características em áreas como comunicação, interação social, comportamento e interesses. Alguns indivíduos no espectro do autismo podem ter dificuldades significativas na comunicação verbal e na interação social, enquanto outros podem ter uma capacidade relativamente boa nessas áreas, mas podem ter dificuldades em aspectos específicos, como entender sarcasmo ou expressões faciais.
Além disso, o autismo também pode estar associado a uma variedade de diferenças sensoriais, como sensibilidades aumentadas ou diminuídas a estímulos sensoriais, como luz, som, cheiro ou textura. O espectro do autismo reconhece que cada pessoa é única e que as características do autismo se manifestam de maneiras diferentes em cada indivíduo. Portanto, é importante entender que o autismo não é uma condição única e uniforme, mas sim um espectro amplo e variado.
Confira a lista dos 20 Centros de Atendimento de Saúde do TEAcolhe homologados